Errado. As remessas com destino à Rússia – incrementadas a partir do instante em que o governo de Moscou declarou embargo aos países que o retaliavam economicamente em função de sua intervenção na questão ucraniana – não alteraram o andamento das exportações brasileiras de carnes.
A propósito, basta observar que o recorde nos embarques das carnes bovina e de frango em 2014 ocorreu no mês de julho, ou seja, antes que a Rússia adotasse o embargo e procurasse o Brasil como sua grande opção. E ainda que o pico de exportação da carne suína tenha ocorrido em outubro (quando, aí sim, o volume embarcado foi influenciado pelas compras russas), o total exportado naquele mês não apresentou expansão significativa em relação a meses anteriores.
Mas – ressalte-se – até mesmo este último recorde desaparece quando as exportações mensais são analisadas sob o ângulo dos embarques diários. Ou seja: os altos volumes alcançados em julho pelas carnes bovina e de frango e em outubro pela carne suína são decorrência, apenas, do maior número de dias úteis desses dois meses – 23 em julho e em outubro, o que faz de ambos os meses mais longos de 2014.
Já a carne suína permaneceu dentro de uma estabilidade que teve alteração mínima com os embarques para a Rússia. Aliás, o recorde mensal de outubro, quando analisado pela média diária, transforma-se em redução de 2,5% se contraposto ao que foi exportado de carne suína no mês de junho – este sim recorde do ano.