Principal commodity agrícola do mundo, a soja é também o maior ativo econômico do Brasil, à frente, inclusive, do minério de ferro na pauta de exportações brasileira. Na forma de grão, óleo ou farelo, os embarques do complexo soja rendem ao país mais de R$ 30 bilhões ao ano. O montante equivale a um terço do faturamento total do agronegócio e 13% da receita nacional com as vendas externas.
A oleaginosa também é responsável por quase um quinto de toda a riqueza produzida dentro da porteira. Segundo o Ministério da Agricultura, o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária brasileira deve crescer 3% este ano (para R$ 460,9 bilhões) sendo que R$ 83,8 bilhões (18%) vêm da soja. A participação se torna ainda mais expressiva quando a análise leva em conta apenas o Paraná: R$ 14,1 bilhões dos R$ 48,3 bilhões do VBP estadual, ou 29% de toda a renda produzida no campo, são gerados pelo grão.
“É um risco essa concentração, mas também uma oportunidade porque a commodity sustenta desde 2001 a balança comercial brasileira”, apontou o gerente do Núcleo de Agronegócio da Gazeta do Povo, Giovani Ferreira, durante o lançamento da revista ”100 anos da Soja, o grão que redesenhou o mapa do Brasil”.
O evento foi realizado nesta quinta-feira, 04, na sede da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar) em Curitiba. O presidente da entidade, João Paulo Koslovski, destacou a importância do grão também para a economia paranaense. “Mais de 60% da soja produzida no Estado passa pelas cooperativas. Mas o mais importante é que o grão está sendo transformado e agregando valor”.
Para o secretário de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, é preciso investir ainda mais em transformação da soja antes de comercializá-la. “Exportamos mais de 50% em forma de grão. É bom para o agricultor, mas é ruim para a economia. Agregar valor é melhor para todos”, enfatizou durante a cerimônia de lançamento.
