Publicado em 24/08/2017 17h54

Faturamento da Cadeia do tabaco no Brasil chega a R$ 29,2 bilhões na última safra

Cerca de R$ 22 bilhões representam o consumo interno
Por: Agrolink

A safra 2016/2017 de tabaco atingiu uma produção de 727.831 toneladas. O Estado do Rio Grande do Sul foi o maior produtor com 343.866 toneladas e um faturamento de R$ 3,18 bilhões, seguido de Santa Catarina com 227.356 toneladas com faturamento de R$ 2,1 bilhões e do Paraná com 156.609 toneladas e R$ 1,44 bilhões. Em área cultivada os três Estados do Sul representam 298.530 hectares. Os números foram apresentados em reunião da Câmara Setorial do Tabaco realizada no mês de agosto, em Brasília.

O faturamento da cadeia em 2016 chegou a R$ 29,2 bilhões com R$ 22 bilhões representando o consumo interno e R$ 7,2 bilhões em exportações, com a seguinte distribuição: R$ 13,9 bilhões em tributos, R$ 8,2 bilhões para indústria, R$ 5,2 bilhões aos produtores rurais e R$ 1,9 bilhões aos varejistas.

O presidente do Sindicato Rural de Irineópolis e representante da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) e da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Francisco Eraldo Konkol, destaca que houve queda de 2,3% de consumo mundial e a China configura-se como a maior fatia do mercado de tabaco, respondendo por 46% do consumo.

“Vale observar o quanto a cadeia do tabaco é importante para o País, alcançando em tributos mais que o dobro em valores em relação aos produtores de tabaco que ficam com a menor fatia, uma vez que nesse valor tem o custo de produção a ser calculado”, complementa.

Konkol salienta que mais de 40% do cigarro consumido no Brasil vem do mercado ilegal, provocando perdas de tributos na ordem de mais de R$ 5 bilhões. Somente o Paraguai possui mais de 30 fábricas de cigarros. Na Bahia o mercado ilegal de cigarros já chega a 78% do consumo.

“É necessário o combate urgente do contrabando de cigarros que trazem junto defensivos agrícolas, armas e drogas. Também sugerimos que sejam investigadas as empresas picaretas e aventureiras que levam o tabaco sem ter investido na produção,e este tabaco pode estar abastecendo as fabricas do cigarro ilegal. Para agravar ainda mais a situação, houve cortes de verbas para o custeio das Polícia Federal de 25% a 27,5%”, observa.

Outras demandas do setor

O presidente da Câmara Setorial Romeu Schineider reforça a preocupação da cadeia produtiva com a retirada de aditivos do cigarro fabricado legalmente no Brasil. Segundo ele, se o Supremo Tribunal Federal (STF) julgar pela retirada dos aditivos, abre precedentes para o mercado ilegal, uma vez que, nesses casos, não existem leis que proíbam os aditivos.

Schineider também comenta as mudanças nas regras do Pronaf, conforme resolução nº 4.584 do Banco Central, que eliminou a exigência de comprovação de outras culturas para o produtor de tabaco. Conforme análise da Câmara Setorial, a mudança ajuda aos produtores que têm interesse em buscar diversificação de suas atividades.

Outro ponto destacado pelo consultor da Câmara Setorial, Carlos Gallant, são as ações em relação às exportações de tabaco, para que o produto faça parte na cesta de negócios no comércio internacional. Gallant também comenta as ações no Ministério da Justiça, no Legislativo e no Executivo Federal para o combate ao contrabando e mercado ilegal de cigarros.