Publicado em 03/12/2014 16h10

No Pantanal, poção milagrosa combate a mosca-do-chifre

Matéria-prima para a mistura é obtida do faveiro, árvore também conhecida como sucupira
Por: Sebastião Nascimento

pantanal

A mosca-do-chifre foi um tormento enorme no Pantanal. E continua preocupando. Proibidos de usar armas químicas no combate, Nilson de Barros e seu filho Marcelo, produtores de boi orgânico no Pantanal, usam há quatro anos a semente da árvore faveiro, também conhecida como sucupira, típica dos cerrados, para preparar uma poção e livrar suas fazendas pantaneiras da mosca-do-chifre.

Nilson explica que 10 sementes são esmagadas e colocadas em um litro de álcool e a poção fica guardada durante 24 horas. Em seguida, ela é misturada em 20 litros de água.

Está pronto. “Agora é pulverizar animal por animal de todo o rebanho. Deu certo por aqui e outras fazendas adotaram o nosso sistema”, diz Nilson, que é da sétima geração de pantaneiros. Andando pelo Pantanal, Nilson, que é médico-veterinário e já foi diretor-geral da Embrapa Pantanal, para e explica nome, origem e função de árvores e arbustos encontrados pelo caminho. Além dos bichos, é claro. Nilson é membro da família do poeta Manoel de Barros, que morreu no mês passado em Campo Grande.

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