Na decisão, o juiz demonstra que se deparou com diversos depoimentos que indicam que Geller tinha dois lotes no Projeto de Assentamento (PA) Itanhangá/Tapurah. Os depoimentos indicam ainda que o ministro teria vendido os lotes em 2010 para financiar sua campanha eleitoral para deputado federal.
Diante dos fatos, ficou decidido remeter o processo ao Supremo Tribunal Federal, por considerar que o ministro tem foro privilegiado e que ele não teria, portanto, competência para analisar o caso.
A Polícia Federal nega que o foco das investigações da Operação Terra Prometida tenha sido o ministro. O delegado Hércules Ferreira Sodré disse que Neri Geller não é citado na investigação e que não foram encontrados indícios de que ele mantenha qualquer tipo de vínculo comercial com os irmãos.
Os irmãos do ministro, Odair e Milton Geller, se entregaram na noite de quinta-feira. Em caráter preventivo, já foram presas 39 pessoas, entre servidores do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e fazendeiros.
A PF diz ter encontrado indícios de que, servindo-se do poder econômico e político de que dispõem, fazendeiros e empresários adquiriam irregularmente, por preços baixos, ou simplesmente invadiam terras da União destinadas à reforma agrária, chegando a coagir e ameaçar os reais beneficiários para que vendessem ou abandonassem suas áreas.