Publicado em 03/12/2014 15h28

Justiça aponta participação de Neri Geller em caso de grilagem

A Justiça Federal em Mato Grosso divulgou na noite de sexta-feira, 28, trechos da decisão do juiz Fábio Henrique Fiorenza, da Subseção Judiciária de Diamantino, sobre a Operação Terra Prometida, da Polícia Federal, que demonstram indícios de que o ministro da Agricultura, Neri Geller, teve participação no esquema de grilagem desmontado pela operação.
Por: Agência Brasil

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Na decisão, o juiz demonstra que se deparou com diversos depoimentos que indicam que Geller tinha dois lotes no Projeto de Assentamento (PA) Itanhangá/Tapurah. Os depoimentos indicam ainda que o ministro teria vendido os lotes em 2010 para financiar sua campanha eleitoral para deputado federal.

Diante dos fatos, ficou decidido remeter o processo ao Supremo Tribunal Federal, por considerar que o ministro tem foro privilegiado e que ele não teria, portanto, competência para analisar o caso.

A Polícia Federal nega que o foco das investigações da Operação Terra Prometida tenha sido o ministro. O delegado Hércules Ferreira Sodré disse que Neri Geller não é citado na investigação e que não foram encontrados indícios de que ele mantenha qualquer tipo de vínculo comercial com os irmãos.

Os irmãos do ministro, Odair e Milton Geller, se entregaram na noite de quinta-feira.  Em caráter preventivo, já foram presas 39 pessoas, entre servidores do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e fazendeiros.

A PF diz ter encontrado indícios de que, servindo-se do poder econômico e político de que dispõem, fazendeiros e empresários adquiriam irregularmente, por preços baixos, ou simplesmente invadiam terras da União destinadas à reforma agrária, chegando a coagir e ameaçar os reais beneficiários para que vendessem ou abandonassem suas áreas.

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