O preço da melancia ao consumidor está de oito a dez vezes maior que o valor pago ao produtor. Os que estão iniciando a colheita, como em Alpestre, têm recebido, em média, R$ 2,80 pela fruta com 10 a 12 quilos. Já na fruteira ou no supermercado um pedaço médio de 2,5 quilos não sai por menos de R$ 8, podendo chegar a R$ 10. A mesma proporção se aplica ao preço no atacado, que em novembro variou de R$ 0,70 a R$ 0,80 na Ceasa, onde estão chegando as primeiras cargas da safra gaúcha. Contudo, ainda predomina a fruta de Goiás.
Entre os motivos para a disparidade está a entressafra. Segundo o agrônomo Antônio Conte, assistente técnico em fruticultura da Emater, nesta época a oferta se restringe a produtores que anteciparam o plantio para agosto. Geralmente, a semeadura ocorre em setembro, quando o frio já está ameno. No entanto, mesmo tomando o cuidado de cobrir as áreas com lona para driblar geadas, é uma tática arriscada. “Quem consegue colher tem esse privilégio de mercado”, avalia. Outra possível causa é a seca no Sudeste, que ocasionou dificuldade para produção. “A melancia que vem de fora sempre é mais cara”, justifica.
Para o final de dezembro, a tendência de preço pago ao produtor é R$ 1,20 a fruta, já em fevereiro esse valor cai para R$ 0,40 a R$ 0,50.