Depois de inúmeros problemas registrados ao longo de onze semanas, em decorrência da forte seca ocorrida no Estado de meados de setembro até outubro, os sojicultores de Mato Grosso começam, enfim, a voltar às atenções ao desenvolvimento das lavouras. Antes da virada do mês, 12 municípios já haviam encerrado o plantio, entre eles importantes cidades como Sorriso, Lucas do Rio Verde, ao norte, Campos de Júlio no noroeste e Campo Verde, no sul. Com o movimento, a semeadura da nova safra estadual de soja, a 2014/15, deve ser totalmente concluída em doze semanas de trabalho, exatamente o mesmo período contabilizado no ano passado.
Conforme o 11º levantamento de acompanhamento da safra realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o ritmo segue abaixo do registrado em igual momento do ano passado, no entanto, a diferença é a menor, desde que a falta de chuvas paralisou as plantadeiras por quase todo o mês de outubro. Até o último dia 27, dos 8,80 milhões de hectares estimados para o novo ciclo estadual, 98% estavam semeados, ante 99,4% da safra passada. Como há um incremento espacial de pouco mais 4%, a superfície já coberta supera o volume de um ano.
Ainda conforme o Imea, das oito regiões consideradas – noroeste, norte, nordeste, médio norte, oeste, centro sul e sudeste – todas seguem em atraso quando comparadas a mesma semana do ano passado. As maiores diferenças na avaliação anual estão no norte e no nordeste, -4,4 pontos percentuais (p.p.).
TODA ATENÇÃO – Quem ainda não concluiu o plantio segue dividindo às atenções com o trabalho das plantadeiras, com as variações do mercado e com o monitoramento da lavoura. Em razão da estiagem, muitas lagartas já estão em atividade nas plantas e como o Diário já mostrou, a doença ferrugem asiática já foi confirmada, presença que tende a aumentar com a estabilização e intensificação do regime de chuvas.
O Consórcio Antiferrugem registrou até o momento 16 casos de ferrugem asiática em Mato Grosso. Destes, oito são em lavouras comerciais localizadas nos municípios de Nova Maringá, Nova Ubiratã e Tapurah. Como destaca a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja/MT), a situação exige atenção dos agricultores, pois em novembro do ano passado foram registrados apenas três casos.
“O momento é de alerta. Os agricultores devem realizar o monitoramento das lavouras, seguir as orientações de um engenheiro agrônomo, também, as recomendações do Consórcio Antiferrugem, e com aplicação de fungicidas de diferentes modos de ação”, diz Nery Ribas, diretor técnico da entidade.