Publicado em 17/03/2017 18h12

Partidos políticos teriam recebido propina do esquema das carnes

Dinheiro pode ter ido para os caixas do PP e PMDB, conforme a Polícia Federal
Por: Globo Rural

Em uma coletiva de imprensa, em Curitiba (PR), nesta sexta-feira (13/3), o delegado da Polícia Federal, Maurício Moscardi Grillo, um dos comandantes da Operação Carne Fraca, afirmou que alguns partidos políticos teriam participado do recebimento de propina no esquema ilegal, que beneficiava executivos de grandes frigoríficos, como JBS e BRF, e fiscais públicos. De acordo com o delegado da PF, parte do dinheiro da propina era destinado ao caixa de partidos políticos como PMDB e PP.  Moscardi afirma que ainda não é possível caracterizar quanto de dinheiro foi movimentado, mas a partir da análise do aumento de patrimônio dos investigados percebe-se que algumas pessoas recebiam altos valores vindo do esquema ilegal.

O que é a Operação Carne Fraca?

Agentes da Polícia Federal estão investigando, há dois anos, o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e empresários do agronegócio em um esquema que liberava licenças e fiscalização irregular de frigoríficos. Entre as empresas investigadas estão a BRF e JBS, duas gigantes do setor. Nesta sexta feira (13/3), a PF emitiu 309 mandatos judiciais em seis Estados e no Distrito Federal.

Como funcionava o esquema?

Segundo a PF, os fiscais públicos, utilizando-se do poder fiscalizatório do cargo, mediante pagamento de propina, atuavam para facilitar a produção de alimentos adulterados, emitindo certificados sanitários sem qualquer fiscalização efetiva.

O delegado da PF afirmou que os investigados, muitas vezes, usavam produtos químicos, como ácidos, para maquiar a carne vencida. Segundo o agente, os próprios funcionários das empresas também questionavam se era permitido usar os produtos que estavam vencidos.