Publicado em 09/03/2017 13h05

Negócios gerados na Expodireto devem alcançar R$ 2 bilhões

Otimismo do produtor reflete em contratos de compra e venda; máquinas puxam boa parte das negociações
Por: Viviane Taguchi, de Não-Me-Toque (RS)*

expodireto_cotrijal

A venda de máquinas agrícolas e a procura por soluções tecnológicas que visam aumentar a produtividade das lavouras de soja e milho devem puxar as negociações realizadas durante a 18ª Expodireto Cotrijal, feira que acontece em Não-Me-Toque (RS). De acordo com o presidente da feira, Nei César Mânica, neste ano o faturamento deve chegar a R$ 2 bilhões. No ano passado, foram R$ 1,580 bilhão.

Diferentemente dos últimos dois anos, quando os problemas climáticos e a instabilidade econômica atingiram os ânimos dos produtores rurais que visitaram a feira, o que se vê na Cotrijal é um clima muito positivo. "A safra deve ser ótima e isso está gerando muito otimismo no setor. O clima está perfeito para termos uma excelente safra", afirmou Mânica.

A feira, que começou na segunda-feira (06/3) e termina nesta sexta-feira (10/3) neste ano teve os picos de visitantes e comercializações registrados nos terceiro e quarto dias. "Nos anos anteriores, percebíamos esses picos nos últimos dias. Neste ano, o pessoal veio decidido a fechar negócio e o que tem facilitado muito também é a disponibilidade de crédito para o produtor rural", diz ele. No ano passado, 210 mil pessoas visitaram a Cotrijal. A expectativa de Mânica é que a feira deste ano receba um público de 240 mil pessoas.

Neste ano, a Expodireto está ocupando 84 hectares e há pelo menos 511 expositores, dos setores de máquinas agrícolas, tecnologia e defensivos, agricultura familiar, equipamentos e a participação de 70 países. "Há uma fila de mais ou menos 200 empresas querendo entrar para a Cotrijal", orgulha-se o presidente.

Na região de atuação da Cotrijal, que cobre 32 municípios - cerca de 600 mil hectares - a colheita do milho da safra verão já está na metade, com produtividade média de 250 sacos por hectare e a colheita da soja, ainda no começo, indica produtividade média de 70 sacos por hectare, com picos de 90 sacos por hectare. "Isso vai depender das tecnologias aplicadas às lavouras, mas de um modo geral, o pessoal está bastante antenado com as novidades do mercado", diz o presidente.

Ele mesmo, entre um negócio e outro que realiza na feira, dá uma espiada em seu smartphone. "É que o pessoal está no campo e através dos aplicativos, conseguimos acompanhar a colheita toda e resolver os problemas pelo telefone."

Segundo Nei César Mânica, o desafio da cooperativa agora é promover a inclusão digital de todos os produtores da região. "A grande maioria já usa, mas ainda temos alguns produtores que não tem tanto acesso [devido a idade] e geralmente, estes não contam com novas gerações dando continuidade ao negócio", diz. "Esse é um problema [a sucessão familiar] que estamos trabalhando com bastante atenção na região de Não-Me-Toque."

Devido ao problema, Mânica diz que em algumas microrregiões está havendo até uma mudança no perfil das propriedades. "As propriedades estão ficando maiores porque, com o problema da sucessão, há muitos produtores vendendo as suas fazendas para os vizinhos", diz ele.

*A jornalista viajou a convite da Bayer