Publicado em 02/03/2017 12h15

Índice de preços da FAO atinge maior valor em dois anos

A alta mensal foi de 0,5% em fevereiro e de 17,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado
Por: Venilson Ferreira

O indicador mundial dos preços dos alimentos calculado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) atingiu a média de 175,5 pontos em fevereiro, em alta de 0,9 ponto (0,5%) em relação ao valor de janeiro 26 pontos (17,2%) acima do registrado em fevereiro do ano passado.

Os dados divulgados nesta quinta-feira mostram que no mês passado o indicador da FAO atingiu o maior valor desde fevereiro de 2015, impulsionado principalmente pela alta dos preços dos cereais. Entre as commodities utilizas no cálculo do índice apenas os óleos vegetais registraram queda de preços.

Segundo a FAO, o índice de preços dos cereais registrou uma média de 150,6 pontos em alta de 3,7 pontos (ou 2,5%) ante janeiro. O nível foi o maior desde junho de 2016 e ficou 1,6% acima de fevereiro do ano passado. O aumento da demanda e problemas nos portos norte-americanos deram sustentação aos preços do trigo, que subiram 3%.

O indicador de preços dos óleos vegetais ficou na média de 178,7 pontos em fevereiro. O valor recuou 7,6 pontos (4,1%) em relação a janeiro, na primeira queda desde outubro do ano passado, mas ainda se mantendo 28 pontos (ou 19%) acima do registrado em fevereiro de 2016.

Os analistas da FAO explicam que no caso do óleo de palma o declínio se deve às previsões de aumento da produção no Sudeste Asiático e desaceleração da demanda global. Os preços do óleo de soja são pressionados pela perspectiva de aumento de produção da oleaginosa no Brasil e na Argentina.

O índice de preços dos lácteos da FAO ficou na média de 194,2 pontos em fevereiro, ligeiramente acima do mês anterior (0,6%) e atingiu seu nível mais alto desde agosto de 2014. O aumento do indicador foi de 52 pontos (ou 37%) em relação ao mesmo mês do ano passado. Os preço estão sendo sustentados pela menor disponibilidade de exportação nos Estados Unidos e União Europeia.

O índice de preços das carnes ficou na média de 160,6 pontos, com aumento de 1,7 ponto (1,1%) em relação à janeiro. Os preços das carnes bovina e ovina subiram, enquanto de ave e suína se mantiveram estáveis. A redução do rebanho na Austrália dá sustentação aos preços da carne bovina e a entrassafra na Oceânia elevou os preços dos ovinos.

O indicador de preços do açúcar atingiu a média de 290,3 pontos em fevereiro em alta de 1,8 ponto (0,6%) ante janeiro. Segundo os analistas da FAO, os preços internacionais do açúcar permanecem sensíveis às perspectivas de açúcar nos principais países produtores, especialmente no Brasil, o maior produtor e exportador.

“Ainda prevalece a expectativa de restrição prolongada do abastecimento. Déficits de produção previstos na Índia e na Tailândia, o segundo maior exportador do mundo de açúcar, também contribuíram para sustentar os preços. Os relatórios sobre o aumento esperado na produção na UE, devido ao aumento da área cultivada de beterraba sacarina, e na China limitou o aumento mês”, dizem eles.

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