Em parceria com o pequeno agricultor Devair Catuzo, Douglas montou uma horta na qual foram plantados hortaliças utilizando o adubo orgânico, adubo químico e plantas sem nenhum aditivo. No caso da prova de eficácia de valor realizada nesta quinta-feira, foram colhidos pés de alface, todos plantados no mesmo dia. Esta foi a segunda avaliação dos produtos e, em ambas, a alface adubada com o material orgânico do projeto do bairro Patrimônio Umuarama ofereceu maior produtividade.
Na primeira amostra, realizada em agosto, a alface com adubo orgânico pesou 40% a mais que as outras. Agora na segunda fase dos testes, foram pesados quatro pés dos três tipos de alface e em média o orgânico pesou 325 gramas, o químico 265 gramas e o natural 150 gramas. Além de aumentar a produtividade, as hortaliças que foram adubadas com o material orgânico ficaram prontas para colheita duas semanas antes das que receberam adubação química e sem adubação.
Os números são taxativos e mostram que o material orgânico produzido pela Rocket tem alto valor nutricional e de material orgânico. Os solos arenosos têm falta de matéria orgânica, e o adubo, além de promover nutrição, sendo bem balanceado, também oferece matéria orgânica. “Este composto ajuda a segurar a umidade no solo, melhorando o desenvolvimento das raízes e também evita erosão do Arenito Caiuá”, ressaltou Boyle.
O cientista ainda explicou que agora depende dos testes de sabor, firmeza e durabilidade na geladeira. Porém, a maioria dos testes cegos que fez anteriormente, as pessoas gostaram mais dos produtos orgânicos. “Orgânico é um bom negócio, além da questão ambiental”, finalizou.
O produtor - Para o agricultor Devair Catuzo, acolher a ideia de Boyle significou na sua propriedade diminuir o impacto que o homem proporciona na terra. “Descobri o Douglas e unimos as forças. Eu tinha a terra e ele a ciência. Investi com ele e plantamos essa ideia para produzirmos dados e mostrarmos que o ambientalmente correto é a saída mais correta e fácil. Fizemos as primeiras amostra e acreditei ainda mais, precisamos agredir menos e produzir mais”, exclamou o umuaramense.
Projeto no bairro - Desde que chegou a Capital da Amizade, Boyle começou a desenvolver um projeto que foi aderido por praticamente todos os seus vizinhos. Sem nenhum fim lucrativo, o escocês coloca à disposição da comunidade a Rocket, que é uma tecnologia que transforma resíduos domésticos em adubo, no período de apenas 14 dias. “Dentro da máquina colocamos os resíduos orgânicos, que basicamente são restos de comidas sólidas. Esse material é movimentado pelas pás internas da máquina, a cada meia hora. Com esse movimento, várias bactérias surgem e dão início à decomposição, elevando também a temperatura da máquina e eliminando o surgimento de outras bactérias que causam doenças. Após esse processo, retiramos o material e colocamos em caixas que posteriormente é peneirado e pronto para o uso”, destaca o geólogo. A participação da comunidade se dá pela entrega dos resíduos domésticos.