No dia 26 de novembro, o frango vivo negociado no interior paulista registrou a segunda baixa consecutiva da semana, sendo negociado por R$2,60/kg, ou seja, tem agora apenas 10 centavos a mais que um ano atrás. Isso corresponde a uma valorização de 4%, índice inferior à inflação acumulada no período.
Mas não só isso. Nos primeiros 330 dias de 2014 (espaço de tempo decorrido entre 1º de janeiro e 26 de novembro), o frango vivo alcança valor médio próximo (mas inferior) a R$2,43/kg. Em decorrência, permanece com um valor nominal 1,4% aquém do registrado em idêntico período de 2013, quando a média alcançada ficou em R$2,46/kg.
Porém, as duas quedas ora ocorridas podem não estar relacionadas apenas ao menor consumo do produto. Pois, a esta altura, detecta-se algum aumento na oferta. E se isto realmente estiver ocorrendo, não deve causar surpresa, pois não representa novidade.
A razão é simples: o frango que está chegando ao mercado no momento provém de pintos nascidos e alojados em outubro, mês em que, tradicionalmente, registra-se a maior produção de pintos de corte de cada exercício.
Ou seja: os tempos mudaram, o número de dias necessários para a criação de um frango encurtou, o Natal já não proporciona o alto consumo de antigamente (felizmente, o frango tornou-se prato consumido no dia a dia, não apenas nas Festas). Mas o setor continua insistindo em concentrar o maior volume do ano nesse período. Com efeito obviamente nulo.
No ano passado o período de Festas passou em brancas nuvens para o frango vivo, pois seus preços permaneceram estáveis, sem a mínima alteração, desde 29 de outubro até os primeiros dias de 2014. No presente exercício, com o consumidor bem mais exaurido que há um ano, nem mesmo a estabilidade anterior está sendo obtida.
Isto não significa que não haja espaço para melhores preços. Mas enquanto oferta e demanda seguirem em direções opostas – a última encolhendo; a primeira aumentando - a revitalização do mercado fica difícil. É algo para o próximo mês.