Aumentar a safra durante o ano e manter a produção nos meses de seca já é possível devido ao uso de tecnologias específicas. É o caso do perímetro de irrigação de Maniçoba, localizado em Juazeiro (BA), que se destaca pela produção contínua e pelo crescimento da área irrigada mesmo na estiagem prolongada.
O perímetro aumentou sua capacidade de 4.367 mil hectares para 8.269 mil ha irrigáveis na última década. A fruta que ganhou mais destaque nas mãos dos produtores é a manga, que atualmente gera uma média de 25 toneladas por safra. O aumento do cultivo proporcionou investimentos e exportação para os mercados americano, japonês e europeu. Maniçoba também trabalha com uva, coco, maracujá e cana-de-açúcar.
O gerente executivo do distrito, Valter Matias, afirma que a produção de frutas no perímetro encontra-se dentro dos índices indicados para a região. "Não é que as áreas irrigadas não sofram com a seca, mas a produção tem sido satisfatória devido ao uso de tecnologias, como a irrigação localizada por microaspersão e gotejamento", explica.
Na irrigação localizada, a aplicação de água é feita próxima às raízes das plantas, em pequenas quantidades e com alta frequência. Trata-se de um método que, devido a essas características, possui grande potencial de desenvolvimento associado à fruticultura e olericultura no Brasil, especialmente em condições menos favoráveis de clima, solo e disponibilidade de água, como as que encontramos no Nordeste do País.
Os sistemas de irrigação mais usados neste método são o gotejamento, em que a água é aplicada gota a gota, e a microaspersão, que consiste em aplicar água na forma de pequenos jatos próximos às raízes.
Segundo Matias, a agricultura irrigada requer uso de tecnologias e investimentos para alcançar bons resultados de produtividade e rentabilidade. "Com foco na produtividade, os agricultores familiares do nosso perímetro são atendidos pelo serviço de Assistência Técnica e Extensão Rural da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), vinculada ao Ministério da Integração Nacional", afirma.