O objetivo é combater o hantavírus, que causa problemas de saúde potencialmente fatais em humanos, como síndrome pulmonar e febre hemorrágica. E certas doenças mortais – como o ebola e MERS – podem ser os próximos alvos.
Os cientistas pegaram fragmentos dos cromossomos humanos 14 e 2 – que contêm os genes para fazer o anticorpo para hantavírus – e os combinaram em um cromossomo artificial, que foi então inserido em vacas. Isto silenciou os genes bovinos correspondentes para o hantavírus: ou seja, as vacas só fizeram versões humanas do anticorpo.
Anticorpos são proteínas produzidas pelo sistema imunológico para neutralizar bactérias e proteínas invasoras. Eles são específicos para cada patógeno, e são difíceis de encontrar. Recentemente, sobreviventes do ebola nos EUA doaram sangue para que seus anticorpos possam ser extraídos e usados em outros pacientes sofrendo com a doença.
Os anticorpos foram testados em hamsters infectados com hantavírus, e aumentaram dramaticamente suas chances de sobrevivência. O próximo passo é realizar testes em humanos, e será uma revolução caso este método funcione.
Por enquanto, somos obrigados a usar métodos ineficientes: extrair anticorpos de sangue humano doado, ou criar versões “humanizadas” de anticorpos em camundongos, onde certas camadas da proteína são modificadas para se aproximar da versão humana.
Se o anticorpo de outro animal não fosse modificado, ele seria visto pelo seu sistema imunológico como um invasor; uma injeção disso poderia matar você.
No entanto, os anticorpos de vacas geneticamente modificadas seriam basicamente indistinguíveis da versão produzida pelo corpo humano. Além disso, as vacas são muito maiores e mais eficientes do que ratos de laboratório: uma única vaca pode fazer até 1.000 doses de anticorpos por mês. Algum dia, estes bovinos podem salvar sua vida.