Publicado em 12/12/2016 19h10

Exportações de carne bovina caem pelo quinto mês consecutivo em novembro e ameaçam ficar abaixo de 2015

Em novembro, pelo quinto mês consecutivo, as exportações brasileiras totais de carne bovina in natura e processada apresentaram redução de volume e receita, confirmando a tendência de que o país vai apenas repetir ou ficar um pouco abaixo do desempenho de 2015, ano em que as vendas também caíram frente aos recordes de 2014.
Por: Agrolink

Pelos números finais divulgados no final da semana pelo Ministério da Indústria, Comércio e Serviços através de sua Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e compilados pela Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), o resultado do penúltimo mês do ano foi de uma comercialização de apenas 95.668 toneladas contra 122.038 toneladas registradas em 2015. Ou seja: uma queda de 22% no volume. Nas receitas o tombo também foi significativo: em 2015 elas alcançaram a US$518,2 milhões e em 2016 foram de US$409,6 milhões, ou 21% menores.

No acumulado do ano, segundo a ABRAFRIGO, as exportações registram uma leve alta de 1% no volume em relação a 2015, em função dos bons resultados do início de 2016 que chegaram a criar uma expectativa de que o Brasil voltaria a se aproximar do seu recorde de exportações no setor. De janeiro a novembro a soma alcançou 1 milhão e 241 mil toneladas comercializadas no exterior frente à 1 milhão e 232 mil toneladas em 2015. Nas receitas, no entanto, a redução é de 7% com US$ 4,9 bilhões contra os US$ 5,2 bilhões registrados em 2015. Para se ter uma ideia de como as expectativas do setor foram frustradas, em 2014 o Brasil exportou 1 milhão 545 mil toneladas de carne bovina in natura e processada e obteve uma receita recorde de US$ 7,1 bilhões.

Com aquisições de 37.750 toneladas em novembro a China continua a registrar crescimento nas importações do produto brasileiro, realizadas através da cidade estado de Hong Kong e também da China continental, e já é responsável por 33,3% das vendas do país. Até novembro estas importações alcançaram a 412.750 toneladas com receitas que somam a US$ 1,56 bilhão. Entre os dez maiores clientes do Brasil, o Egito (-4,6%), a Rússia (-24,2%), o Irã (-5,3%), Itália (-7,8%) e Venezuela (-74,3%) apresentaram queda nas importações. Além da China, que vem garantindo pelo menos resultados iguais aos do ano passado para o setor com elevado crescimento nas suas aquisições, os Estados Unidos (7,4%), Chile (26%), Países Baixos (9,5%), Reino Unido (8,1%) e Arábia Saudita, que voltou a comprar do Brasil apenas neste ano, apresentaram elevação nas suas importações.

Na movimentação destas exportações, o porto de Santos (SP) representou 49,8% dos embarques; os dois portos de Santa Catarina, São Francisco do Sul e Itajaí movimentaram respectivamente 14,9% e 6,4% enquanto que Paranaguá (PR) atingiu a 7,2%. O porto de Barcarena (PA) movimentou 3,9% das cargas e o de Rio Grande (RS), 3,2%.