Sistema ILPF é indicado pela Embrapa para aumentar a produtividade sem aumento de área e, ainda, reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Foto: Danilo Moreira
Além do encontro com especialistas da Climate Smart Agriculture – instituição ligada a FAO que visa a mobilização de recursos para o aumento da produtividade com sustentabilidade e redução das emissões de gases de efeito estufa na produção de alimentos–, o pesquisador Robert Boddey se reunirá com pesquisadores do Programa de Ciência, Tecnologia e Política Ambiental da Universidade de Princeton. Ainda na mesma instituição, Boddey fará uma palestra para cerca de 100 pesquisadores, professores e estudantes. O pesquisador não descarta futuras parcerias com universidades e centros de pesquisa americanos.
Para Robert Boddey, que é pesquisador da Embrapa Agrobiologia (Seropédica, RJ), o convite para estas apresentações nos Estados Unidos é um reconhecimento ao trabalho da equipe de ciclagem de nutrientes em vinte anos de estudos. O pesquisador afirma ainda que ao querer conhecer os estudos da Embrapa sobre o tema, os americanos revelam um grande interesse pelas pesquisas brasileiras. "Eles querem saber como o Brasil pretende cumprir seus ambiciosos compromissos assumidos em Copenhague (2009) e na 21ª Conferência das Partes-COP21, em Paris (2015), para reduzir as emissões de GEE, especialmente na área de agropecuária", complementa o pesquisador.
Pesquisas da Embrapa
Entre as pesquisas que serão apresentadas, Robert Boddey vai abordar um estudo recente que revela que as emissões de gases de efeito-estufa na pecuária brasileira podem cair com o aumento da produtividade da pastagem. O estudo avaliou cinco cenários diferentes, que vão desde a condição de pasto degradado até a pastagem adubada combinada com confinamento. "Com esse trabalho, conseguimos ver quanto é a emissão de GEE por quilo de carne produzido no País de acordo com o manejo adotado", esclarece o pesquisador, que coordenou a pesquisa.
As estimativas foram feitas com base na metodologia do IPCC, porém com vários dados levantados em pesquisas no Brasil. Boddey explica que com uma pequena melhoria, consorciando a pastagem com uma leguminosa forrageira, por exemplo, que não exige adubação nitrogenada, aliado a um controle maior dos animais, é possível obter uma redução nas emissões de aproximadamente 26% em relação ao que se teria no pasto degradado, e ainda quadruplicar a produtividade. Com o aumento da produtividade, a redução das emissões por quilo de carne chega a quase 50%.
Conheça as pesquisas da Embrapa sobre o tema:
https://www.embrapa.br/tema-agricultura-de-baixo-carbono/sobre-o-tema
Saiba mais sobre os compromissos assumidos pelo Brasil:
http://www.mma.gov.br/clima/convencao-das-nacoes-unidas