Dividido em quatro painéis: Sustentabilidade, Biotecnologia, Fitossanidade e Qualidade da Fibra e Finanças Agrícolas, o evento contou com renomados profissionais ligados ao setor da cotonicultura e indústria têxtil. Ao final de cada painel foram abertos espaços para perguntas e respostas, com um coordenador.
Dentro do Painel Fitossanidade ficou claro aos participantes que o bicudo ainda é a principal praga do algodoeiro e o grande desafio da classe produtora e de toda a cadeia produtiva.
Segundo o pesquisador do IAPAR, Engenheiro Agrônomo e Pesquisador Walter Jorge dos Santos, a lagarta da maçã já foi uma praga ameaçadora à cultura, mas há 30 anos que o bicudo vem ameaçando a cotonicultura no Brasil.
Walter mostrou em sua palestra o que muitos já sabiam, mas a sua presença em Chapadão do Sul foi fundamental para alertar os produtores, técnicos e consultores, da importância do trabalho em grupo para vencer a praga e garantir a continuidade da cultura no Brasil.
A abertura de grandes áreas do Centro-Oeste brasileiro, com diversificação e até mais de duas épocas de cultivo foi benéfico para a economia, para os produtores, mas também, para a disseminação das pragas e doenças das variadas culturas. Para a expansão do bicudo não é diferente.
Assim como ocorreu nos Estados Unidos, no Brasil igualmente terão que serem tomadas medidas que passam pela informação, trabalho em conjunto e muita disciplina.
Atualmente agrava-se com a chegada dos materiais transgênicos e a sequência de lavouras em curto espaço de tempo, o que dificulta a destruição de plantas voluntárias ou a total destruição de soqueiras do algodoeiro, principalmente nas lavouras de milho e soja. Mesmo assim, a transgenia ainda é a principal ferramenta contra as pragas e doenças. As plantas involuntárias são hospedeiras do bicudo, inseto que se alimenta exclusivamente do algodão e multiplica-se rapidamente.
Outro agravante para o algodoeiro, apontado pelo pesquisador Walter é que a cultura aparece sempre como receptor de pragas e doenças. Elas saem das lavouras da soja, do milho e migram para os algodoais, principalmente por estar sempre sendo cultivada a posteriori.
Para que a principal ferramenta, a transgenia seja duradoura, é importante que os produtores façam corretamente as áreas de refúgio, retardando ao máximo a resistência das pragas.