Publicado em 13/09/2016 17h23

Contratação de crédito rural cai 20% no 1º bimestre da safra 2016/2017

Governo avalia que a liberação do pré-custeio entre maio e junho foi determinante para o resultado
Por: Estadão Conteúdo

A contratação de crédito rural pela agricultura empresarial atingiu R$ 21,3 bilhões nos dois primeiros meses da safra 2016/2017, iniciada em julho, o que representa 12% do total programado de R$ 183,9 bilhões. Segundo o Ministério da Agricultura, o valor é 19,76% inferior ao registrado em julho e agosto de 2015, e isso se deve ao fato de que cerca de R$ 10 bilhões foram antecipados nos meses de maio e junho para o pré-custeio.

"Nos anos anteriores, o pré-custeio só foi liberado em julho e agosto", destacou a Secretaria de Política Agrícola (SPA) em nota.

Nos dois primeiros meses desta safra a demanda por recursos para custeio foi de R$ 13,2 bilhões, 34,3% abaixo dos R$ 20,1 bilhões observados na temporada anterior. Considerada isoladamente a contratação de recursos para custeio na atividade pecuária, houve incremento de 13% no período, totalizando R$ 3,3 bilhões.

Na comparação entre a safra atual e a passada, a demanda por crédito de investimento aumentou 34%, alcançando R$ 3,6 bilhões em julho e agosto. Conforme o Ministério, o maior interesse foi pelas linhas Moderfrota Procap-Agro e Pronamp. Para a SPA, isso sinalizaria para "uma possível retomada dos investimentos no campo".

A contratação de recursos destinados à comercialização registrou incremento de 20%, chegando a R$ 4,4 bilhões, ante os R$ 3,7 bilhões dos dois primeiros meses da safra 2015/2016.

Bancos privados

Somados, recursos para custeio e comercialização somaram desembolso de R$ 17,6 bilhões, sendo R$ 14,6 bilhões a juros controlados e R$ 3,0 bilhões a juros livres. Os bancos privados lideraram o financiamento nessas duas modalidades, com R$ 8,3 bilhões nos dois primeiros meses da safra, sendo R$ 6,1 bilhões com juros controlados e R$ 2,2 bilhões a juros livres.

Os bancos públicos vieram em seguida, com R$ 6,5 bilhões contratados no período para as duas finalidades, sendo R$ 6,0 bilhões a juros controlados e R$ 488 milhões a juros livres. Em recursos para custeio, a queda na contratação junto a bancos públicos foi de 54% na comparação com os períodos e de 15% junto a bancos privados.

Já as cooperativas de crédito registraram nos primeiros dois meses da safra demanda 13% superior por recursos para custeio, totalizando R$ 2,6 bilhões. Somadas contratações de crédito nas modalidades de custeio e comercialização, as cooperativas de crédito registraram aumento de 15%, alcançando R$ 2,8 bilhões.

O Ministério também informou que as contratações com recursos procedentes da emissão da Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) somaram R$ 2,7 bilhões nos dois primeiros meses do ano-safra, sendo R$ 1,3 bilhão a taxas controladas e R$ 1,4 bilhão a taxas livres. A atividade agrícola puxou a demanda, com R$ 2,17 bilhões de recursos procedentes de LCAs, ante R$ 551 milhões da atividade pecuária.