Publicado em 25/07/2016 17h11

Fibria produz 3% menos celulose no 2º trimestre deste ano

Parada para manutenção da unidade produtora em Aracruz (ES) foi a justificativa para o menor volume produzido
Por: Estadão Conteúdo

De abril a junho de 2016, a Fibria produziu 1,287 milhão de toneladas de celulose, uma leve queda de 3% na comparação com o mesmo período do ano passado. Já na comparação com o primeiro trimestre deste ano, a produção subiu 7%. Segundo o informe de resultados da Fibria, o aumento na comparação com os três primeiros meses do ano foi em função de não ter ocorrido parada para manutenção, ao contrário do primeiro trimestre, quando aconteceu o retrofit na caldeira da fábrica C, na unidade de Aracruz (ES).

A parada em Aracruz também justifica a queda na produção na comparação com 2015, já que houve um efeito residual na caldeira até o mês de abril e a curva foi mais lenta até a estabilização. Em relação às vendas, no segundo trimestre de 2016 houve um crescimento de 5% na comparação com o mesmo período do ano passado, para 1,342 milhão de toneladas. Contra o primeiro trimestre deste ano, o avanço foi de 18%. Para o mercado externo foi destinado 1,210 milhão de toneladas de celulose, queda de 13% na comparação com o segundo trimestre do ano passado, mas avanço de 20% contra os três primeiros meses deste ano.

Segundo a Fibria, o aumento das vendas ocorreu em função do contrato de comercialização de celulose com a Klabin e de um ambiente de mercado mais positivo. No trimestre, a receita líquida para Europa correspondeu a 36%, seguida por Ásia, com 33%, América do Norte (21%) e América Latina (10%). A comercialização da celulose de fibra curta da Klabin começou no mês de maio, com o insumo proveniente da fábrica de Ortigueira, no Paraná. O contrato de fornecimento foi firmado pelas empresas em maio do ano passado, com duração de seis anos, sendo quatro anos com volume mínimo de 900 mil toneladas por ano. O volume comprado pela Fibria da Klabin, conforme o contrato, será destinado para países fora da América do Sul.

Caixa

O custo caixa da produção de celulose foi de R$ 662 por tonelada ao final do segundo trimestre de 2016, um crescimento de 13,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, mas uma queda de 5,2% ante o primeiro trimestre deste ano. Segundo a Fibria, em informe de resultados enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o aumento de 2015 para 2016 ocorreu devido ao maior custo não recorrente da madeira, com a maior participação de terceiros e da madeira trazida de Losango (no Rio Grande do Sul); menor resultado com a venda de energia; e valorização do dólar frente o real.

O custo da madeira corresponde a 48% do custo caixa de produção. Químicos representam 21%, energéticos 9%, manutenção 11%, e pessoal 6%. "É importante ressaltar que a variação do custo da madeira ficou dentro do planejado e que a empresa atravessa um período de maior custo não recorrente da madeira, como já antecipado ao mercado em outras oportunidades", justificou a empresa, no documento.

Até 2021, a Fibria espera uma redução de US$ 17 por tonelada no custo da madeira, ficando o custo caixa total em US$ 131 por tonelada naquele ano.Já na comparação do período de janeiro a março com abril até junho, houve uma redução de 5,2% no custo caixa, explicado, segundo a empresa, por não ter ocorrido parada para manutenção, pelo menor custo de químicos e pela desvalorização do dólar frente o real.

Já o custo do produto vendido (CPV) teve um aumento de 21% no segundo trimestre de 2016 ante igual período do ano passado, explicado pelo maior custo de produção e das vendas do volume de celulose da Klabin. Na comparação com os três primeiros meses deste ano, o CPV teve um crescimento de 23%.