Publicado em 13/07/2016 13h04

Indústria do arroz reclama da queda nas exportações

Para a Abiarroz, o desempenho insatisfatório nas exportações tem como base aumento excessivo do custo do arroz brasileiro
Por: Globo Rural

Segundo a a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), a partir de dados fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o primeiro semestre de 2016 encerrou com números negativos para as exportações de arroz brasileiro.

Entre janeiro e junho deste ano, o Brasil apresentou queda de 6,73% nas vendas ao mercado externo, em comparação com o mesmo período do ano passado — US$ 151,6 milhões em 2016 ante US$ 162,6 milhões em 2015. O arroz beneficiado, que apresenta maior valor agregado, teve a maior baixa nos valores, com queda de 44,81%.

Para a Abiarroz, o desempenho insatisfatório tem como base uma série de fatores que elevaram excessivamente o custo do arroz brasileiro para o mercado internacional. Os principais fatores apontados são a taxa cambial, a redução da safra brasileira e a elevação dos preços da matéria-prima. “Tivemos um ano atípico, com prejuízos na colheita e aumento do valor do arroz em casca para indústria. Isso está deixando o Brasil muito menos competitivo e nossos preços, hoje, não têm como concorrer no mercado internacional”, afirma em nota à imprensa Caroline Spellmeier, gerente de exportação da empresa Arrozeira Adib Peixoto e diretora da Noble Comércio Exterior.

De acordo com Caroline, essa situação é ainda mais prejudicial ao país, quando o Brasil tenta consolidar seu lugar no mercado internacional junto a outras nações compradoras. “Viemos trabalhando a exportação com muita dedicação nos últimos três anos e chegamos ao ponto de conquistar mercados cativos e importantes. É muito ruim para a imagem do país entrar no mercado para, depois, sair em seguida. Acaba sendo uma perda de todo o trabalho que fizemos”, diz.

Para a gerente, uma das medidas possíveis para este problema seria a desoneração de impostos para a importação de arroz, pois, assim, a indústria poderia importar arroz mais barato, beneficiá-lo no Brasil para, em seguida, exportá-lo.

Rodrigo Veiga, diretor comercial da Cooperja, afirma que o Brasil não tem acompanhado os preços do produto no mercado internacional. Segundo ele, nos últimos dois meses, o arroz beneficiado teve seu valor elevador em US$ 80 por tonelada, sendo que, no Brasil, esse aumento foi acima de US$ 150. “O mercado internacional reagiu, mas nossa alta é maior do que os clientes podem absorver”, diz.