A colheita de café da safra 2014 finalizou em setembro no Estado e apesar da produção e área pequenas, o grão começa a dar boa rentabilidade aos cafeicultores insistentes, que ainda apostam na atividade. Diferentemente dos anos anteriores, a comercialização da safra está bastante acelerada e com preços interessantes, bem superiores em comparativo ao ano passado.
O Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura do Estado do Paraná (Seab), aponta que até outubro, 70% da safra já havia sido comercializada. O número é bem superior ao de 2013, quando no mesmo período as vendas ainda estavam na casa dos 40%. Tal movimentação na compra do grão aponta que o produtor busca aproveitar o momento de melhores preços da cultura.
Só como análise comparativa, em outubro de 2013 o preço pago ao produtor para a saca de 60 kg de café beneficiado foi de R$ 222,8. Já este ano, a mesma saca estava sendo comercializada a R$ 433,4, alta de 94% em 12 meses. Desde junho os valores estão em plena ascensão, quando estavam na casa dos R$ 350, ou seja, elevação de 23,8% em cinco meses. "A safra pequena fez com que o preço se recuperasse. Os valores atuais sem dúvida estão remunerando a atividade, principalmente para aqueles cafeicultores que realizam a melhor gestão dos custos de produção", explica o coordenador estadual da Câmara Setorial do Café, Paulo Franzini.
Em 2013, o Paraná produziu 1,65 milhão de sacas em uma área de 65 mil hectares, mas os preços estavam muito baixos. Este ano, foram produzidas 480 mil sacas em uma área de 33 mil hectares. "Os preços ainda estão com uma volatilidade grande, tanto que chegaram a atingir R$ 500 a saca no Estado. Isso acontece devido ao câmbio, oferta e demanda do mercado internacional e às atividades especulativas. De qualquer forma, é nítido que os preços estão melhores e o cafeicultor que conseguiu produzir deve aproveitar este cenário", relata Franzini.
Para a safra 2015 – que deve ser maior que a deste ano – as floradas já ocorreram em outubro e, segundo Franzini, foram boas apesar dos dias de Sol intenso que atingiram praticamente todas as regiões produtoras. Os técnicos do Deral já saíram a campo para o desenvolvimento dos primeiros números da estimativa de safra, que devem ser divulgados entre dezembro e janeiro. "Quando os preços estão bons, o produtor acaba investindo mais nos tratos culturais, que no caso do café deve acontecer durante todo o ano. A partir de agora, acontece a formação dos grãos, a expectativa é que o clima colabore e que os valores de comercialização continuem nestes patamares atuais, até o início da colheita em abril do ano que vem", finaliza o coordenador estadual.