A secretária do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Venâncio Aires (STR), Sandra Wagner, participou do encontro e salienta que a situação ora apresentada não é favorável aos produtores de leite do Estado. Sandra destaca o pronunciamento do presidente da Fetag, Elton Weber, profundo conhecedor da cadeia produtiva do leite, que se disse preocupado com a situação vivida pelos produtores, uma vez que hoje a produção é maior que a oferta do produto.
Weber, conforme Sandra, ressaltou que o mercado leiteiro do Estado foi afetado pelos diversos escândalos envolvendo indústrias e freteiros, inclusive com a adição de produtos químicos ao leite. 'Estas atitudes refletiram em nível nacional, pois grandes redes de supermercado do estado de São Paulo colocaram em suas gôndolas, a informação de que o leite que estava à venda, não era proveniente do Rio Grande do Sul', frisou. Afora isso, as indústrias não querem mais recolher leite daqueles agricultores que produzem menos de 50 litros por dia, afirmando que as rotas estão ficando inviáveis para a busca do produto. 'Isto é resultado da negociação entre as empresas e as grandes multinacionais', resume Sandra.
A Fetag está negociando fortemente com o Sindilat, a fim de reverter esta situação, ou pelo menos achar um mecanismo que não venha a afetar aos agricultores. A federação estima que 20 mil famílias gaúchas vivam a realidade de produzir menos de 50 litros de leite por dia e com o agravante de essa ser a renda que sustenta as mesmas.