Publicado em 10/11/2014 09h41

Economia brasileira crescerá menos neste ano

Após reduzir sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado em setembro, o Banco Central ponderou que as taxas de crescimento da absorção interna e do PIB se alinharam e assumiu que o ritmo de expansão da atividade doméstica será menos intenso este ano na comparação com 2013.
Por: Diário do Comércio

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A avaliação foi feita em ata do Copom divulgada ontem. Na anterior, a expressão usada era a de que o ritmo "tende a ser menos intenso" neste ano. No RTI, o BC projetou uma expansão da economia em 2014 de 0,7%.

Entretanto, na visão do Comitê, a atividade tende a entrar em trajetória de recuperação no próximo ano. "Além disso, o Comitê avalia que, no médio prazo, mudanças importantes devem ocorrer na composição da demanda e da oferta agregada", salientaram os diretores do Banco Central (BC).

Para o colegiado, o consumo tende a crescer em ritmo moderado; e os investimentos tendem a ganhar impulso. "Essas mudanças, somadas a outras ora em curso, antecipam uma composição do crescimento de médio prazo mais favorável ao crescimento potencial", escreveram os membros do Copom.

Sobre o componente externo da demanda agregada, o cenário de maior crescimento global, combinado com a depreciação do real, milita, na avaliação do BC, no sentido de torná-lo mais favorável ao crescimento da economia brasileira. Pelo lado da oferta, o Comitê avalia que, em prazos mais longos, emergem perspectivas mais favoráveis à competitividade da indústria, e também da agropecuária; e o setor de serviços tende a crescer a taxas menores do que as registradas em anos recentes.

Para o colegiado, é plausível afirmar que esses desenvolvimentos - somados a avanços na qualificação da mão de obra e ao programa de concessão de serviços públicos - irão se traduzir numa alocação mais eficiente dos fatores de produção da economia e em ganhos de produtividade. O Comitê ressalta, ainda, que a velocidade de materialização das mudanças acima citadas e dos ganhos delas decorrentes depende do fortalecimento da confiança de firmas e famílias.

Energia - Pela quinta vez consecutiva o Banco Central revisou para cima a projeção para as tarifas de energia elétrica em 2014. A previsão consta na ata do Copom. A nova expectativa é de 17,6%. A anterior estava em 16,8% para esse segmento. Em fevereiro, a autoridade monetária esperava uma alta bem menor, de 7,5%. Do início do ano até o mês passado, uma série de reajustes foi incorporada ao cenário do BC e, todo o desconto que havia sido dado aos consumidores em 2013 não apenas foi anulado como ultrapassado.

No caso do botijão de gás também houve aumento, passando de 0,6% de alta até julho para 2,8% de aumento até setembro. Por outro lado, o BC prevê alívio para os preços de segmentos importantes, como o da telefonia fixa. A autoridade monetária considera que ocorrerá redução de 6,4% nas tarifas desse serviço. Na ata passada, a percepção era de que haveria retração de 6,3%. Para a gasolina, o BC considerou uma alta de 0,1% até setembro ante constatação de queda de 0,1% verificada até julho.

O BC também alterou a projeção de reajuste dos preços administrados para 2014, 5% para 5,3%. Para 2015, a instituição manteve a projeção em 6%. Para 2016, em 4,9%. 

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