A expectativa sobre o aumento da gasolina foi discutida nesta quinta, dia 6, em Brasília entre representantes do setor sucroenergético. Eles esperam essa e outras medidas do governo para viabilizar o uso de etanol no mercado.
O setor reclama que faltam incentivos para ajudar a cadeia produtiva. A safra atual foi ruim, em uma crise que dura mais de dois anos.
– A expectativa para o ano que vem é que algumas medidas que estão sendo trabalhadas ao longo desses dois anos realmente se efetivem e que a gente consiga ter uma safra no ano que vem com rentabilidade, coisas que não aconteceram nos últimos três anos – afirma o presidente da Câmara Setorial do Açúcar e Álcool, Ismael Perina Jr.
Representantes de produtores, das usinas de etanol e ainda governo federal se reuniram na Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e Álcool, onde as demandas do setor foram novamente discutidas. Entre as principais estão a retomada da chamada Cide sobre a gasolina, o que daria uma competitividade maior ao etanol, e uma política mais clara para o setor.
A expectativa do setor agora é com o reajuste do preço da gasolina, previsto para os próximos dias. O aumento no combustível pode estimular o consumo de etanol e aliviar a crise no setor.
– Nos ajudaria porque eleva um pouquinho o valor da gasolina. O álcool vem a reboque porque tem aquele diferencial que está impregnado na cabeça das pessoas, de 70% do diferencial de uso, mas a gente gostaria de ter liberdade de estar atuando de forma mais livre no mercado – completa Perina Jr.
Na bomba, outra medida para amenizar a crise no setor seria o aumento da mistura do etanol na gasolina de 25% para 27,5%, já autorizada por lei. A mistura ainda passa por testes. O governo afirma que é tecnicamente viável.
– Os estudos preliminares já apontam para isso, que não há nenhum problema, que não há nenhuma perda, inclusive para os carros antigos. Tecnicamente já está comprovado que não há problema algum você elevar aos 27,5% – explica Cid Caldas, coordenador de Açúcar e Etanol do Ministério da Agricultura.