Publicado em 24/09/2014 16h33

Principais tendências mundiais em produção de silagem são apresentadas a produtores

Especialista defende fibra longa e grãos danificados, triturados, para maior eficiência na produção de carne e leite durante I Workshop de Silagem
Por: Márcia Midori

Apesar da silagem despontar entre as alternativas mais eficientes para produção de carne e leite no país, produzir uma silagem de alta qualidade, e garantir a melhor eficiência dos animais, ainda é um desafio no campo. Isso acontece porque a maioria dos híbridos de milho disponíveis no mercado brasileiro não é adequada para a produção de silagem, comprometendo o resultado em campo. Nesse contexto, a Santa Helena Sementes, ao longo de sua existência, sempre procurou selecionar cultivares mais adequadas à produção de silagem de melhor qualidade, valorizando características mais específicas como qualidade do grão para silagem, alta produtividade e melhor qualidade da planta. Com foco neste segmento, a empresa promoveu o I Workshop de Silagem em Uberlândia, Minas Gerais.

A cultivar deve possuir grãos macios de textura farinácea, para produzir um alimento eficiente, defendeu o professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Marcos Neves Pereira, durante a palestra “Qualidade nutricional em silagem de milho”, realizada no evento. “O amido é a razão da utilização do milho. A prolamina do milho se chama zeína e é ela quem vai definir a dureza do grão. Grãos moles têm baixo teor de prolamina, por isso, quando ensilados, melhora a qualidade da silagem. Isso acontece porque a degradação da prolamina continua durante a armazenagem, quebrando a dureza do grão. É importante deixar claro que milho colhido antes do ponto ideal não converte em produção de leite, além disso cerca de 80% do milho disponível no mercado brasileiro é duro”, afirmou o pesquisador.

Ele aponta como principal tendência mundial para a produção de silagem de alta qualidade a combinação de fibra longa com grãos danificados. “A silagem com fibra longa e grão bem triturado é o futuro. O mundo inteiro quer fazer isso, pois aumenta a eficiência na produção de leite”, disse Pereira. Ele ainda destacou a importância de adaptar a produção de silagem de acordo com a realidade de cada propriedade para garantir resultados. “O primeiro passo é avaliar o maquinário do produtor para depois definir o ponto de corte do milho, pois, se a máquina for ruim não é possível fazer a colheita tardia. Neste caso, é mais eficiente optar pela colheita precoce porque o milho maduro não quebra em maquina ruim. E quanto maior a partícula, mais difícil é para o animal digerir”, explica.

Diante deste quadro, o engenheiro agrônomo e consultor independente, Márcio Pelegrini, elege a escolha da cultivar, a tecnologia empregada na produção e o ponto de colheita adequado entre os pontos fundamentais para a produção de uma silagem eficiente na conversão alimentar do rebanho. “É importante lembrar sempre que a silagem é um alimento. E grande parte das perdas de silagem no país acontece por causa do ponto de colheita errado”.

O evento
A comemoração dos 31 anos de mercado foi a data escolhida para a realização deste encontro que reuniu 85 participantes, entre produtores de carne e leite, empresários, engenheiros agrônomos , técnicos e produtores. O objetivo foi levar conhecimento e contribuir com a capacitação profissional dos participantes, afirmou o coordenador de Marketing da Santa Helena Sementes, Anderson Rodrigues. “Conseguimos apresentar aqui os mais recentes estudos científicos internacionais e as tendências mundiais em silagem de alta qualidade.Foi importante investir neste elevado nível de discussões porque não adianta disponibilizarmos o híbrido mais adequado se o produtor não tiver conhecimentos em tecnologia e manejo para extrair todo o potencial do produto”.

O diretor da Agromais, de Capinópolis, em Minas Gerais, Miguel Nisrala, o encontro foi importante para divulgação das pesquisas em silagem. “Foi uma maneira de colocar em prática as informações extraídas de anos de pesquisas”, ressaltou. O balanço também foi muito positivo para o diretor da Polivet, de Bom Jesus, em Goiás, Wanderlei Borges. “Foi uma manhã de grande aprendizado. Tivemos informações sobre qualidade de sementes e silagem, além de um momento para troca de experiências entre produtores”.

O engenheiro agrônomo da Cooproleite, Estevão Romeu Rabelo Neto, destacou a importância de escolher o híbrido correto para a produção de silagem. “Foi muito importante para conhecer mais de perto as características mais importantes para a produção de uma silagem de alta qualidade e ver as principais tendências mundiais. Para se ter uma ideia, na última safra, tivemos uma alta produção de volumoso associada com alta qualidade de silagem. O custo da silagem é alto, por isso exige um bom planejamento e escolha correta do material”.

O gerente Comercial da Santa Helena Sementes, Dasio de Souza, ressaltou o alto nível de interesse do público durante os debates. “Tivemos uma participação muito boa, com as pessoas realmente buscando informações. Foi uma oportunidade importante para nivelar o conhecimento do produtor brasileiro com relação a silagem de qualidade. Nosso publico reuniu formadores de opinião, engenheiros agrônomos e técnicos que realizam assistência nas propriedades rurais e que são capazes de multiplicar o conteúdo debatido aqui. Estou satisfeito porque conseguimos agregar informação, produtos e serviços de boa qualidade para o produtor”.