Publicado em 25/06/2015 12h04

Exportações crescem em MT

A valorização do dólar frente ao real e a dificuldade para comercialização dos produtos florestais no mercado interno fizeram com que o setor mato-grossense olhasse para o mercado internacional em 2015.
Por: Diário de Cuiabá

O resultado da mudança de foco, nos primeiros cinco meses do ano foi positivo: o volume embarcado cresceu 21,82% no Estado, quando comparado ao mesmo período do ano passado e a receita quase 4%.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) foram negociadas de janeiro a maio deste ano 43,53 mil toneladas de produtos florestais, 35,73 mil t em igual intervalo do ano passado.

Com o aumento do volume físico exportado, bem como sob o impacto de uma taxa de cambio favorável ao exportador, a receita gerada com as vendas externas alcançou US$ 38,42 milhões nesse primeiro acumulado do ano, sendo 3,94% a mais que o montante computado no mesmo período do ano passado, de US$ 36,96 milhões.

Dos produtos comercializados, os embarques de madeira tropical bruta foram os que mais cresceram, com alta de 614% em 2015 sobre o acumulado dos cinco primeiros meses de 2014. Em volume, foram negociadas 9,37 mil toneladas a US$ 3,28 milhões neste ano.

Também se destacou a exportação de madeira compensada folheada, com incremento de 53,14% na receita comercial, que passou de U$$ 89,36 mil no acumulado dos cinco primeiros meses de 2014 para US$ 136,84 mil neste ano, alcançados com o embarque de 95 toneladas de produtos.

As exportações de madeiras tropicais serradas aumentaram 15%, saltando de US$ 4,77 milhões no ano passado para US$ 5,49 milhões neste ano. O volume comercializado no período permaneceu praticamente estável em 10 mil toneladas, apontando que o ganho em cifras veio da valorização do dólar.

Houve crescimento anual na receita comercial gerada pelas vendas de madeira de cerejeira serrada (5,63%) e de madeiras perfiladas (7,53%).

Para o presidente do Cipem, Geraldo Bento, é preciso melhorar as condições de comercialização da madeira no mercado interno, já que o câmbio sofre oscilações. Nesse sentido, o setor apresentou várias propostas ao governo do Estado, como a manutenção do preço de pauta da madeira, atualmente o mais elevado do país.

Segundo Bento, um reajuste neste ano no preço mínimo dos produtos madeireiros inviabilizaria ainda mais a comercialização interna. Fatores como o alto custo de produção e o atraso na aprovação dos projetos de manejo florestal também contribuem para esse arrefecimento das vendas internas. “As indústrias madeireiras de Mato Grosso enfrentam uma concorrência desleal em relação aos outros estados produtores e não conseguem repassar aumentos”.