Publicado em 19/06/2015 15h25

Globalização espalha pragas e pode provocar catástrofe na Europa

Um estudo recente realizado por pesquisadores do Conselho Superior de Pesquisas Científicas da Espanha e também a Associação Espanhola para Proteção de Plantas (Aepla) chegaram a conclusão de que a aceleração dos intercâmbios comerciais internacionais favorece a proliferação de pragas e doenças no mundo
Por: Leonardo Gottems

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Um dos casos mais conhecidos de pragas espalhadas por espécie invasoras através do comércio global é o greening, conhecido nos pomares de laranja do Brasil e da Flórida, nos Estados Unidos. As informações são da agência EfeAgro.

O diretor geral da Aepla, Carlos Palomar, acrescenta que as mudanças climáticas, sobretudo os aumentos de temperaturas, também favorecem que novas pragas e doenças. Palomar diz que é preciso maior concientização por partes das autoridades dos países diante do problema de fiscalização e autorização de novos produtos. "Não se pode improvisar diante da chega de uma nova praga ou doença. Os novos produtos, ainda que seja adaptado de um princípio ativo já existente, requer muito tempo para o processo de autorização," defendeu Palomar.

Para a vice-diretora do Instituto de Agricultura Sustentável da Espanha, Blanca Landa, uma catástrofe pode ocorre na Espanha por conta da bactéria Xylella Fastidiosa. A constatação veio após a pesquisadora visitar propriedades com oliveiras na Itália afetadas pela bactéria, além de amêndoas, cerejas, oleandro e alecrim.

"Se a bactéria chegar a Espanha, viveremos uma verdadeira catástrofe. Somos um país de monocultivos de grande tradição no cultivo de olivos, mas também muitos vinhedos e frutas estariam ameaçados. Na Itália, já prejudica mais de 300 espécies," sustentou Blanca.

Outro alerta é feito por um agrônomo da Associação Agrária de Valência. Segundo Juan Salvador Torres, é uma questão de tempo para que o greening chegue aos pomares da Europa. O inseto que transmite a doença, diaphorina citri, já foi detectado na Galícia. "Nos testes, ainda não foi confirmada transmissão para os cítricos," alertou Torres.