Publicado em 29/10/2014 08h46

Suíno "light" da Embrapa é rico em ômega 3 e tem baixo teor de gordura

Do porco "banha" ao suíno light – essa é a trajetória que a pesquisa da Embrapa ajudou a construir na cadeia suinícola do Brasil em busca de maior rentabilidade aos produtores.
Por: Tribuna da Bahia

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Desde o lançamento do primeiro suíno light, o MS58, há 18 anos, até a recente apresentação da fêmea suína Embrapa MO25C, a aposta é em uma carne diferenciada, com baixo teor de gordura, e com valor agregado para que produtores possam atuar de maneira competitiva no mercado.

São quatro produtos comerciais na área de genética e várias recomendações em nutrição animal para melhorar o rendimento e a qualidade de carne, como a adição de óleos na ração para obtenção de uma carne enriquecida com ômega 3.

Conheça a nova linha genética de suínos

A partir da entrada no mercado, o reprodutor desenvolvido pela Embrapa permitiu o acesso ao melhoramento genético principalmente para produtores independentes, que não fazem parte da integração das grandes agroindústrias.

Essa fatia de mercado, de acordo com o pesquisador Elsio Figueiredo, que conduz o trabalho de melhoramento genético, é reflexo da vantagem que o animal representa. "Ele está no nível dos melhores reprodutores híbridos comerciais vendidos no Brasil e é ofertado com um preço acessível a todos os tipos de produtores", comenta.

Com a recente inclusão da fêmea suína Embrapa MO25C, a pesquisa de genética de suínos evoluiu para atender também nichos especializados.

"A produção de material genético suíno no Brasil está concentrada em grandes empresas do setor, dificultando o acesso de pequenos produtores à genética de qualidade a preços acessíveis. Por isso, a Embrapa decidiu implementar esse projeto de desenvolver uma linha fêmea que pudesse ser utilizada com a linha macho que está no mercado, para produzir carne com qualidade diferenciada", argumenta Figueiredo.

A presença da genética da Embrapa, com o suíno MS115, terceira geração do suíno light, no mercado nacional de machos híbridos encerrou o ano de 2013 com um índice de 7,5%. Em 2012, a presença era de 7%.

Os animais de abate gerados a partir dos reprodutores MS115 consomem menos ração para atingir o peso, têm potencial genético para carne na carcaça acima de 62%, reduzida espessura de toucinho e excelente concentração de carne no lombo, pernil e paleta.

O produtor Mauro Morais, de Guanambi, região centro-sul da Bahia, conheceu o suíno light da Embrapa através da indicação de amigos, há oito anos, e garante que o resultado é muito bom. "A carne do MS é muito boa e muito bem aceita pela população aqui da região de Vitória da Conquista", comenta.

Outro produtor que trabalha com a linhagem da Embrapa, desde o lançamento do MS115 em 2008, é José Rossetto, da Suinocultura Rossetto, de Cerqueira César, região sudoeste de São Paulo.

"Considero as principais características do suíno da Embrapa, e que o diferenciam da concorrência, a rusticidade, a boa conformação de carcaça e o ganho de peso". Para os consumidores, destaca a carne com pouca gordura, e por causa disso, a boa aceitação no mercado.

Edinilson Bazzi, da TopGen, de Jaguariaíva, no centro oriental do Paraná, está no mercado com o MS115 há alguns anos, trabalhando com pequenos produtores da região centro-sul, que avaliam muito bem o desempenho e a carne do suíno da Embrapa. "O MS115 é um animal que tem bom desempenho e boa conversão alimentar, o que faz muita diferença no ganho de peso e melhora a carcaça", diz. Sobre a carne, também é só elogios. "A qualidade da carne é ótima, é uma carne magra, justamente o que o mercado exige atualmente".
 

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