Além do domínio completo da cadeia produtiva, o quarteto que forma a Cotriguaçu (Coopavel, C. Vale, Lar e Copacol) possui um terminal ferroviário de uso coletivo. Os esforços conjuntos para melhorar a logística de transporte se iniciaram em 2012 e, atualmente, 800 containers por mês deixam Cascavel em direção ao porto de Paranaguá. A meta é atingir 2 mil envios por mês nos próximos anos.
A projeção de crescimento foi constatada pela Expedição Avicultura, projeto que faz levantamento técnico-jornalístico sobre a produção avícola nacional, com visitas nos estados do Paraná e de Santa Catarina. Ao longo da última semana, a equipe visitou as Cooperativas Copagril em Marechal Cândido Rondon, Copacol em Cafelândia, Coopavel em Cascavel, C. Vale em Palotina e Lar em Santa Helena.
A vantagem logística existe desde 2013, ano em que a Cotriguaçu inaugurou o terminal ferroviário ligado à Ferroeste na cidade de Cascavel. Com capacidade de embarque próprio e direto, as cooperativas associadas conseguem economia de R$ 1,4 mil reais por tonelada transportada até o porto de Paranaguá.
O transporte por trem é mais lento e exige planejamento. De caminhão, cada tonelada de carne de frango custa R$ 3,8 mil para ser transportada. Pelos trilhos, o preço por tonelada cai para R$ 2,4 mil. A estação ainda não opera em capacidade máxima, podendo aumentar a quantidade de containers para até 2 mil/mês– meta para os próximos anos.
Otimismo
A projeção confiante também está focada na capacidade de transformar grãos próprios em ração animal, o que, aliada à logística, contribui ainda mais para a redução do custo produtivo. Segundo o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, as cooperativas têm capacidade para ganhar mercado e ir além dos 15% do total nacional que controla até o momento.
“Temos uma vocação natural de crescimento porque possuímos grãos e produtores que podem ingressar na atividade“. No Oeste do Paraná, a avicultura é vista pelos associados como forma de complementar a renda e diversificar o cultivo nas propriedades. O produtor da Coopavel, Leomar Casarolli, começou a criar frangos há dez anos.
Quando financiou o primeiro aviário, usava a soja que plantava para pagar o investimento e o adubo gerado pelas fezes do frango para aumentar a produtividade na lavoura. “Hoje tenho quatro aviários e consigo alojar até 85 mil frangos”, contou. Em sua avaliação, ser cooperado facilitou a negociação de preços da ração e do próprio frango. “E sou sócio, dou opinião e ainda posso ter lucro no final do ano”.
Roteiro
Na estrada desde o início de outubro, a Expedição Avicultura já percorreu mais de 3,5 mil quilômetros. O roteiro começou pelos Campos Gerais e seguiu para o Norte do Paraná, onde a equipe de técnicos e jornalistas constatou que as indústrias independentes trabalham com cautela apesar do crescimento do setor. O próximo roteiro contempla as cidades do Sudoeste do Paraná e do Oeste de Santa Catarina.