De acordo com números do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), a colheita do cereal já ultrapassa a marca de 72%, enquanto no ano passado, no mesmo período, o número estava em 60%. A produtividade, porém, não está em valores tão interessantes nas lavouras, segundo a entidade.
A recuperação da colheita é boa após um período intenso de chuvas no início do mês de outubro, o que atrapalhou o processo em algumas regiões, principalmente no Noroeste e Oeste, especificamente na cidade de Toledo. "Nessa época chuvosa, foram colhidos em torno de 10% da produção paranaense. Acredito que houve uma queda de PH no grão colhido neste período, mas nada tão intenso a ponto de deteriorar tanto a qualidade", explica o técnico do Deral especializado na cultura, Hugo Godinho.
Nas últimas sacas colhidas no Estado, já durante o tempo mais seco, Godinho explica que apesar de estarem com boa qualidade, "o produtor precisou investir mais capital na aplicação de fungicidas nesta época do ano, já que o trigo pegou chuva durante a floração". Vale lembrar que a chuva na colheita é responsável por diversos problemas: germinação na espiga do trigo, acamamento da cultura, perda de produtividade, entre outras situações.
No que diz respeito à produtividade, a expectativa no início da safra, segundo o Deral, era que atingisse a marca de 2.952 kg/ha. Entretanto, as chuvas pontuais devem afetar o resultado. "Ainda não temos um número fechado, mas acredito que não deve chegar nessa estimativa do começo de safra", antecede Godinho. Em relação à produção, o volume estimado era de 3,99 milhões de toneladas em uma área de 1,35 milhão de hectares. O Deral não tem uma nova previsão. "Mesmo se tivéssemos perdido aqueles 10% colhidos durante a chuva, o que de fato não aconteceu, ainda assim nossa safra seria o suficiente para abastecer todo o Estado", relata o técnico do Deral.
Por fim, em relação à qualidade dos grãos, Godinho comenta que ainda é muito cedo para dizer como eles estão chegando aos moinhos. Os números do Deral demonstram apenas o que ocorre na colheita, sendo até agora 77% boa, 21% média e apenas 2% ruim. "Fica difícil avaliar isso em meio à colheita. Vamos aguardar o fechamento para ter uma ideia melhor sobre o assunto."