De janeiro a setembro, a receita superou em 3,7% o Custo Operacional Total (COT), que abrange as despesas do dia a dia com a atividade mais a depreciação de patrimônio. Somente no terceiro trimestre, esta diferença foi de 19%.
Os dados estão no boletim Ativos da Pecuária de Corte, elaborado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O levantamento apontou que, neste ano, o boi gordo subiu 14,67%. Já o COT subiu 11,84% no acumulado de nove meses. O cenário, mostra o estudo, tem sido positivo principalmente para o pecuarista de cria, que tem se beneficiado da valorização dos animais de reposição, os bezerros.
De julho a setembro, houve valorização de 2,5% dos bezerros. Em nove meses, a alta foi de 22,4%. “O abate crescente de fêmeas, combinado à forte seca em várias regiões brasileiras desde o fim do ano passado, resultou na baixa oferta, tanto de animais para reposição como para abate, e na consequente valorização de ambos. Também contribuiu para os aumentos de preços do boi magro e do bezerro a demanda aquecida de recriadores, reforçada no segundo e terceiro trimestres pelo confinamento”, explica o boletim.
Já para o pecuarista de recria-engorda, a alta dos preços dos animais de reposição representou encarecimento dos custos de produção no terceiro trimestre. No entanto, ele também teve margem positiva, impulsionada pela valorização superior da arroba. Enquanto o COT subiu 1,1% de julho a setembro, o boi gordo se valorizou 5,6% no mesmo período.
Confinamento – De acordo com a publicação, o confinador pode reduzir sua rentabilidade em cinco pontos percentuais em 2015, na comparação com 2014. Simulação feita pelo Cepea mostra que, se alguns dos principais insumos utilizados pelos criadores na atividade – ração, medicamentos, suplementação mineral e animais de reposição - tiverem alta de 5,6%, a margem de lucro do produtor frente aos custos de produção pode cair de 15% para 10%.