Dia do Café: Estudo associa bebida a envelhecimento mais saudável
Publicado em 01/10/2025 11h08

Dia do Café: Estudo associa bebida a envelhecimento mais saudável

No Dia Internacional do Café, uma pesquisa associou o consumo da bebida a um envelhecimento mais saudável. Especialista, no entanto, alerta para os limites de ingestão diária, enquanto o mercado projeta safra global recorde.
Por: Redação

Neste 1º de outubro, Dia Internacional do Café, uma nova pesquisa apresentada na Sociedade Americana de Nutrição sugere uma associação positiva entre o consumo da bebida e um envelhecimento saudável, especialmente em mulheres.

O estudo observacional acompanhou mais de 47 mil enfermeiras ao longo de décadas. Os resultados indicaram que aquelas que consumiam maiores quantidades de cafeína entre 45 e 60 anos, o equivalente a quase sete xícaras pequenas por dia, apresentaram 13% mais chances de atingir os critérios de envelhecimento saudável.

Esses critérios incluem boa saúde física e mental, ausência de comprometimento cognitivo e estar livre de 11 doenças crônicas importantes. O benefício foi observado principalmente no consumo de café com cafeína, em detrimento do descafeinado ou do chá.

Apesar do resultado, a nutróloga Dra. Juliana Couto Guimarães, da Afya Educação Médica, pondera sobre a quantidade. “Para a maioria dos adultos saudáveis, a ingestão considerada segura de cafeína é de até 400 mg por dia. Isso equivale, em média, a 3 a 4 xícaras de café coado de 150 ml”, explica.

A especialista esclarece que o nível de consumo apresentado na pesquisa representa uma alta ingestão de cafeína, próxima de 500 a 600 mg diários. “Embora algumas pessoas possam tolerar bem essa quantidade, ela excede a dose considerada segura. O consumo excessivo pode aumentar o risco de insônia, ansiedade, palpitações cardíacas e desconfortos gastrointestinais”, complementa a médica.

Consumo e Produção em Alta

O café segue como uma paixão nacional. Em 2024, o consumo de café industrializado no Brasil atingiu 22 milhões de sacas, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC). O Sudeste lidera com 41,7% do volume, seguido pelo Nordeste (26,9%) e Sul (14,6%).

Além de grande consumidor, o Brasil se mantém como maior produtor mundial. A previsão para a safra nacional é de 65 milhões de sacas, somando as variedades arábica e robusta.

No cenário global, as perspectivas também são positivas. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a safra mundial 2025/2026 deve alcançar um recorde de 178,7 milhões de sacas. O aumento de 2,47% será impulsionado pela recuperação produtiva no Vietnã e na Indonésia.

A médica da Afya ressalta que os benefícios do café vão além do efeito estimulante. “A bebida é rica em compostos bioativos, como polifenóis e antioxidantes, que têm ação anti-inflamatória. Estudos associam o consumo regular e moderado a uma redução no risco de doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e alguns tipos de câncer”, finaliza.