O desempenho das empresas associadas à Reflore/MS posicionou Mato Grosso do Sul como o principal exportador de celulose do Brasil. De janeiro a maio de 2025, o estado enviou 2,990 milhões de toneladas ao mercado internacional, volume que corresponde a 34,94% de toda a celulose brasileira exportada no período.
Em receita, a participação sul-mato-grossense é ainda mais expressiva, alcançando US$ 1,442 bilhão, o que representa 36,54% do total nacional. O avanço fez com que a celulose ultrapassasse a soja e se tornasse o principal produto na pauta de exportações do estado, com um crescimento de 77% em volume e 78% em receita ante o mesmo período de 2024.
Esse resultado é reflexo direto da produção das indústrias instaladas na região, que transformaram o setor de base florestal em um dos motores da economia local.
O chamado “vale da celulose” de Mato Grosso do Sul abriga atualmente quatro linhas de produção em atividade. Três delas pertencem à Suzano, localizadas em Três Lagoas e Ribas do Rio Pardo, e uma à Eldorado Brasil, também em Três Lagoas. Juntas, essas plantas industriais somam uma capacidade instalada de 7,584 milhões de toneladas anuais.
O patamar de produção deve mais que dobrar nos próximos anos. Novos investimentos, como o da Arauco em Inocência e o da Bracell em Bataguassu, devem elevar a capacidade produtiva do estado para 16 milhões de toneladas por ano. O projeto da Arauco, de US$ 4,6 bilhões, é o maior investimento do setor em uma única etapa no mundo. Já a Bracell será pioneira na produção de celulose solúvel em Mato Grosso do Sul.
As associadas da Reflore/MS atendem com eficiência à crescente demanda global. Em 2025, a China se consolidou como o principal destino da celulose sul-mato-grossense, adquirindo 1,607 milhão de toneladas, o que gerou uma receita de US$ 806 milhões. Itália e Holanda aparecem em seguida, demonstrando a relevância da produção do estado também para o mercado europeu.
Além de exportar a matéria-prima, as empresas buscam agregar valor localmente. Mato Grosso do Sul já sedia a produção do papel Chamex, pela International Paper, e negocia novos projetos para a fabricação de tissue e outros tipos de papel. A estratégia visa fortalecer a base industrial e ampliar a geração de emprego e renda.
Para Junior Ramires, presidente da Reflore/MS, os números confirmam o papel estratégico das associadas. “O que estamos vendo é fruto de planejamento e de investimentos robustos. Cada tonelada exportada representa desenvolvimento e fortalecimento da economia regional. Esse é o resultado concreto da atuação das nossas associadas”, destaca Ramires.
Com investimentos que ultrapassam R$ 40 bilhões, o setor também gera desafios em infraestrutura e logística. Durante as obras, cada novo projeto mobiliza até 17 mil trabalhadores, exigindo ações conjuntas entre governo e empresas para preparar os municípios e os pequenos negócios para acompanhar o ritmo de crescimento.