Como fica o mercado de milho após os novos números do USDA?
Publicado em 15/09/2025 10h07

Como fica o mercado de milho após os novos números do USDA?

O relatório de setembro do USDA indicou leve recuo na produção e nos estoques mundiais de milho, sinalizando um balanço mais apertado. Enquanto o Brasil manteve suas projeções, os EUA tiveram a produtividade revisada para baixo.
Por: Redação

O relatório de oferta e demanda de setembro, divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), trouxe ajustes que indicam um cenário de maior equilíbrio para o mercado global de milho. A produção mundial do grão foi revisada para baixo, passando de 1,288 bilhão de toneladas, estimadas em agosto, para 1,286 bilhão de toneladas.

A redução, embora pequena, impactou diretamente as projeções para os estoques finais globais. O volume esperado caiu de 282,54 milhões para 281,4 milhões de toneladas. Essa diminuição na margem de segurança entre as safras pode influenciar as estratégias de comercialização e a formação de preços nas próximas semanas, deixando a oferta mais ajustada à demanda.

Para o Brasil, o cenário apresentado pelo USDA foi de completa estabilidade em relação ao relatório anterior. A produção nacional foi confirmada em 131 milhões de toneladas, um volume que consolida a posição do país como um dos principais fornecedores globais. As exportações foram mantidas em 43 milhões de toneladas e os estoques finais em 3,59 milhões de toneladas.

A manutenção dos números brasileiros ocorre após os ajustes já realizados pelo órgão no mês de agosto, refletindo a consolidação das perspectivas para a safra nacional. Essa estabilidade contrasta com as variações observadas em outros importantes players do mercado, posicionando o Brasil como um pilar de previsibilidade na oferta do cereal.

Cenário nos Estados Unidos

Nos Estados Unidos, maior produtor e exportador de milho do mundo, o USDA promoveu um ajuste misto. A projeção de produção total foi elevada, passando de 425,26 milhões para 427,11 milhões de toneladas. Contudo, esse aumento na produção não veio acompanhado de um ganho de eficiência no campo.

A produtividade das lavouras norte-americanas foi revisada para baixo, caindo de 197,51 para 195,30 sacas por hectare. O ajuste reflete o impacto de condições climáticas adversas em áreas importantes do cinturão agrícola do país. Os estoques finais dos EUA também tiveram um leve recuo, de 53,77 milhões para 53,58 milhões de toneladas. As estimativas de exportação e de uso do milho para a produção de etanol seguiram inalteradas, em 73,03 milhões e 142,25 milhões de toneladas, respectivamente.

Argentina e Ucrânia

Na Argentina, as projeções permaneceram as mesmas do relatório de agosto. A produção foi mantida em 53 milhões de toneladas, as exportações em 37 milhões e os estoques finais em 3,19 milhões de toneladas. A estabilidade dos números argentinos contribui para a manutenção do equilíbrio na oferta sul-americana.

A Ucrânia, outro exportador relevante no cenário global, também viu seus números de produção (32 milhões de toneladas) e exportação (25,5 milhões de toneladas) serem mantidos. O único ajuste para o país veio nos estoques finais, que registraram uma pequena alta, passando de 950 mil para 1,15 milhão de toneladas, uma variação considerada marginal para o balanço global.