Safra 2025/26 começa com a pior relação de troca para fertilizantes desde 2022
Publicado em 02/09/2025 11h10

Safra 2025/26 começa com a pior relação de troca para fertilizantes desde 2022

O agricultor brasileiro inicia o planejamento da safra 2025/26 enfrentando uma das piores relações de troca para fertilizantes dos últimos anos. O cenário, que pressiona as margens de lucro, assemelha-se ao pico de preços registrado em 2022, com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, e exige um gerenciamento de custos e riscos ainda mais rigoroso.
Por: Redação

O ciclo agrícola 2025/26 começa em um dos cenários mais desafiadores dos últimos anos para o produtor rural brasileiro. O mercado de fertilizantes apresenta relações de troca bastante desfavoráveis, um movimento que, segundo a empresa de serviços financeiros StoneX, tende a pressionar as margens e colocar em dificuldade os agricultores que não possuem um bom gerenciamento de custos.

De acordo com Tomás Pernías, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, a conjuntura atual repete um padrão visto pela última vez em 2022, quando a guerra entre a Rússia e a Ucrânia provocou uma disparada global nos preços dos insumos.

No caso do fertilizante fosfatado (MAP), o ano de 2025 foi marcado por uma oferta global apertada e uma disputa acirrada entre os países compradores. Os preços se mantiveram elevados e, quando somados às cotações enfraquecidas da soja, resultaram em algumas das piores relações de troca já registradas na história.

“Em momentos críticos, o produtor precisou de ao menos 30 sacas de soja para adquirir uma tonelada de MAP. Esse quadro levou importadores brasileiros a buscar alternativas à base de fósforo menos concentrado, que por vezes ofereceram um melhor custo-benefício”, destaca Pernías.

A volatilidade também dominou o mercado da ureia ao longo de 2025, sem trazer vantagens consistentes para o Brasil. A oferta foi reduzida pelas restrições de exportação impostas pela China, uma das maiores fornecedoras mundiais. Ao mesmo tempo, a Índia, um grande importador, manteve um ritmo forte de compras para aproveitar as monções favoráveis, o que ajudou a sustentar os preços internacionais em patamares elevados.

Apesar de um alívio recente, com o anúncio da retomada parcial das exportações de fosfatados pela China e uma resistência do mercado internacional a preços mais altos, o impacto no campo será limitado. “Como parte importante das compras brasileiras para a próxima safra já foi concluída, os custos elevados registrados ao longo do ano deverão ser absorvidos pelo setor na temporada que se inicia em breve”, conclui o analista.