"Devido ao excesso de chuvas durante o desenvolvimento da cultura, o PH dos grãos não está atingindo, em muitos casos, o patamar necessário para o produto ser classificado como trigo, forçando os agricultores a entregar triguilho", disse a Emater em nota.
A recusa do produto ocorre porque ainda existem estoques de safras anteriores, de melhor qualidade, acrescentou a Emater.
Outro fato que vem dificultando a comercialização do trigo é que indústrias de ração não têm aceitado o produto devido ao alto teor de micotoxinas, resultante das infestações de doenças fúngicas causadas pelo excesso de umidade.
"Em praticamente todos os municípios produtores de trigo, os agricultores estão solicitando o Proagro (seguro), através das comunicações de perdas", disse o órgão.
Além da baixa qualidade de grãos, as lavouras de trigo têm apresentado produtividade reduzida.
No momento, a colheita atinge 13 por cento do total plantado no Estado, tendo ainda 41 por cento de lavouras maduras e prontas para colheita.
Segundo as projeções oficiais do Ministério da Agricultura, o Rio Grande do Sul deverá colher 3 milhões de toneladas de trigo em 2014, ficando atrás apenas do Paraná, que deverá ter safra de 4 milhões de toneladas.
A produção brasileira está prevista em um recorde de 7,67 milhões de toneladas, mas o Paraná, assim como o Rio Grande do Sul, também foi atingido por chuvas durante o período de colheita, o que deve reduzir a produção do cereal de boa qualidade.
Ainda não há levantamentos oficiais sobre o volume total do trigo afetado pelas chuvas.