O mercado do boi gordo encerrou a semana com valorização. A cotação da arroba chegou a R$ 235,15 na última sexta-feira (16), segundo dados da consultoria Agrifatto. O valor representa um avanço de 0,73% sobre o dia anterior e configura o maior preço registrado desde 28 de maio de 2024.
No acumulado do mês de agosto, a alta já alcança 4,79%, demonstrando uma recuperação consistente nos preços. Em contrapartida, quando comparado ao mesmo período do ano passado, o indicador ainda apresenta um recuo de 1,73%.
O principal fator que impulsiona essa movimentação é a oferta contida de animais prontos para o abate. Pecuaristas mantêm a estratégia de reter o gado no pasto, aproveitando a melhora na condição das pastagens e aguardando por cotações mais vantajosas para negociar.
Essa postura dos produtores força os frigoríficos a operarem com escalas de abate mais curtas. Para preencher a programação, as indústrias têm recorrido a animais de seus próprios confinamentos ou de pecuaristas parceiros, buscando alternativas para conter a pressão de alta nos preços da matéria-prima.
O desempenho das exportações de carne bovina fresca nas duas primeiras semanas de agosto mostra um cenário positivo. O volume médio diário embarcado foi de 10,3 mil toneladas, um aumento de 35,8% em relação a agosto de 2023 e de 13,5% sobre julho de 2024.
A demanda externa, especialmente da China, continua sendo um pilar para o setor. O preço médio da tonelada de carne exportada em agosto ficou em US$ 4.730. Este número representa um avanço de 2,1% em comparação com a média de julho, embora ainda esteja 2,3% abaixo do valor registrado em agosto do ano anterior.
O comportamento do mercado futuro na B3 indica uma expectativa de continuidade do cenário de preços firmes. Os contratos com vencimento para agosto de 2024 fecharam o dia cotados a R$ 236,40 por arroba. Para outubro, a projeção é de R$ 243,00, e os contratos de dezembro de 2024 alcançaram R$ 249,00 por arroba.