Os preços do algodão em pluma seguem em trajetória de queda no mercado brasileiro. Levantamentos realizados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) indicam que as cotações atuais são as mais baixas registradas desde o final de novembro de 2024.
O movimento de desvalorização está diretamente ligado a dois fatores principais: a maior disponibilidade do produto no mercado e a forte pressão exercida pelos compradores. Agentes da indústria ofertam valores menores pela pluma, ajustando suas estratégias de aquisição.
Fontes do setor apontam que esses demandantes também diminuíram o ritmo das compras. A postura mais cautelosa é justificada por um cenário de incertezas na economia interna e por dificuldades pontuais em negociações voltadas para a exportação.
Enquanto os preços recuam, a expectativa no campo é de uma colheita volumosa. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2024/25 projetam uma produção nacional de 3,94 milhões de toneladas de pluma.
Este volume representa um aumento de 6,3% em comparação com a temporada 2023/24. O crescimento na produção é um reflexo direto da expansão da área dedicada à cotonicultura no país.
O plantio de algodão na safra 2024/25 deve ocupar 2,09 milhões de hectares, uma área 7,3% superior à do ciclo anterior. Estados como Mato Grosso e Bahia, líderes na produção nacional, são os principais responsáveis por essa ampliação.
A produtividade nacional, por sua vez, é prevista em 1.887 quilos por hectare, o que representa uma leve queda de 0,9% em relação à safra passada.