Demanda chinesa leva Brasil a novo patamar na venda de soja
Publicado em 11/08/2025 11h25

Demanda chinesa leva Brasil a novo patamar na venda de soja

As exportações de soja do Brasil atingiram recorde histórico em julho, com 12,25 milhões de toneladas, impulsionadas pela forte demanda da China.
Por: Redação

O mercado brasileiro de soja registrou um ritmo intenso de negociações no início de agosto, sustentado pela demanda internacional, com destaque para a China, e pelo aumento da procura por parte das indústrias esmagadoras nacionais. O volume de transações cresceu diante do forte interesse externo e da necessidade de recomposição de estoques no mercado interno.

Em julho, os embarques brasileiros alcançaram uma marca histórica para o período, totalizando 12,25 milhões de toneladas. A informação foi levantada pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e analisada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

No acumulado de janeiro a julho de 2025, o Brasil já exportou 77,2 milhões de toneladas da oleaginosa. O volume representa um recorde para os primeiros sete meses do ano e posiciona o país como o principal fornecedor global do grão.

  • De janeiro a julho de 2025, o Brasil exportou um volume inédito de 77,2 milhões de toneladas de soja.

Demanda Chinesa

O apetite da China continua sendo a principal força motriz das negociações. O país asiático busca assegurar seu abastecimento e aproveita a competitividade do produto brasileiro no mercado internacional, mesmo com as oscilações do câmbio. Este movimento evidencia a dependência do mercado brasileiro em relação ao comprador asiático, que absorve a maior parte da produção nacional destinada ao exterior.

No cenário doméstico, a maior procura das indústrias esmagadoras mantém aquecido o setor de derivados, como farelo e óleo de soja. A demanda interna contribui para a movimentação do grão que não é direcionado à exportação, equilibrando a dinâmica de preços.

Câmbio Limita Ganhos

Apesar do cenário positivo de demanda, analistas do Cepea apontam que a expressiva valorização do real frente ao dólar nas últimas semanas limitou uma escalada maior dos preços domésticos. A competitividade das cotações em reais foi reduzida em comparação com as máximas observadas em anos anteriores.

O cenário cambial funciona como um freio para a valorização interna da soja. Com o dólar mais fraco, o ganho em reais por tonelada exportada diminui. Essa relação tem levado uma parcela dos produtores a adotar maior cautela na comercialização, aguardando possíveis alterações na taxa de câmbio ou novas janelas de oportunidade para vendas com maior rentabilidade.

A perspectiva para as próximas semanas indica que a movimentação de soja permanecerá elevada. A continuidade desse ritmo está condicionada à manutenção da demanda chinesa em níveis robustos e ao ritmo de compras das indústrias nacionais. O comportamento do câmbio seguirá como um fator determinante para o fôlego dos preços no mercado interno, exigindo atenção dos produtores e traders em suas estratégias de negociação.