A piscicultura brasileira, que posicionou o país como o quarto maior produtor mundial de tilápia, enfrenta um momento delicado. A imposição de uma tarifa de 50% sobre a tilápia brasileira exportada para os Estados Unidos e o aumento das importações do produto do Vietnã acendem um alerta sobre a competitividade e a regulação do setor.
No Grupo Ambar Amaral, que opera a Brazilian Fish, as exportações representam entre 18% e 20% do faturamento, tendo os Estados Unidos como principal destino. A nova tarifa impactou os embarques previstos para agosto. “Essa mudança afeta diretamente a competitividade do nosso produto naquele mercado, que historicamente reconhece a qualidade da tilápia brasileira”, explica Natasha Castellan, diretora de exportações do grupo.
Simultaneamente, o mercado nacional observa o crescimento da oferta de tilápia vietnamita. Essa entrada suscita discussões técnicas e regulatórias, devido aos métodos de processamento distintos dos utilizados no Brasil.
Um dos pontos de debate é o uso de aditivos/produtos químicos, que podem gerar prejuízos econômicos ao consumidor e comprometer a qualidade do produto. “É importante destacar que a Tilápia Brasileira, a Tilapia da Brazilian Fish, segue rigorosamente os padrões sanitários exigidos pela legislação brasileira. Qualquer diferença no processo produtivo deve ser analisada sob a ótica da transparência e da equidade regulatória”, reforça a executiva.
O cenário é um alerta para o fortalecimento das políticas de apoio à produção nacional e à exportação. “A tilapicultura envolve uma extensa cadeia produtiva — de produtores rurais a indústrias de ração, cooperativas de crédito e polos de desenvolvimento regional. É um segmento que gera emprego, renda e oportunidades no interior do país”, afirma Natasha.
Para o Grupo Ambar Amaral, o Brasil tem potencial para liderar o mercado global de tilápia, com produção sustentável e tecnificada. “Acreditamos no potencial do país e defendemos a construção de um ambiente comercial equilibrado, onde os mesmos critérios de qualidade e segurança sejam adotados para produtos nacionais e importados”, conclui.
