A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Apta Regional, marca presença no Global Agribusiness Festival (GAFFFF) 2025, com quatro projetos inovadores que destacam a excelência tecnológica e a sustentabilidade do agronegócio paulista. O evento, realizado no Allianz Parque, em São Paulo, nos dias 5 e 6 de junho, integra pesquisa e desenvolvimento aplicados à pecuária de corte com o Boi 777, produção de equinos BH para a Polícia Militar, seleção de clones de café Canephora e produção de rã-touro.
A abertura oficial do evento conta com a Cavalgada do Agro.SP, com cavalos de elite da cavalaria do Regimento de Polícia Montada “9 de Julho”. A ação demonstra o desempenho dos animais que colaboram com o policiamento de São Paulo. Os cavalos da raça Brasileiro de Hipismo (BH) são resultado de pesquisas científicas com equinos na Apta Regional de Colina. Cerca de 100 cavaleiros representam diversas cadeias produtivas do agro paulista e nacional na cavalgada.
A Apta Regional apresenta quatro iniciativas que buscam transformar segmentos estratégicos do agronegócio, integrando desenvolvimento produtivo, sustentabilidade e segurança pública:
A Tecnologia Boi 777, desenvolvida pela Apta Regional de Colina (SP), revoluciona a pecuária de corte ao propor um modelo mais eficiente para o crescimento e engorda dos animais. O sistema inovador, baseado no ganho de sete arrobas em cada uma das três fases do ciclo produtivo, permite reduzir a idade de abate, melhorar o aproveitamento das pastagens e otimizar os recursos nutricionais, aumentando a lucratividade dos produtores.
O método é dividido em três etapas: cria, recria e terminação. Na fase de cria, o objetivo é desmamar o bezerro com 7 arrobas (210 kg) até os 8 meses de idade. Na recria, o animal ganha mais 7 arrobas, totalizando 14 arrobas (420 kg) ao fim de 12 meses. Na terminação, o boi atinge as últimas 7 arrobas (105 kg de carcaça), podendo ser finalizado a pasto (Terminação Intensiva a Pasto - TIP) ou em confinamento, com um ganho médio diário de 1 kg de carcaça por dia.
A tecnologia Boi 777 proporciona abates mais precoces, melhor rendimento de carcaça e um ciclo produtivo mais sustentável. O sistema foi testado e validado na Apta Regional de Colina, um dos principais centros de pesquisa em pecuária de corte do país.
A Apta Regional de Adamantina desenvolve pesquisas para selecionar clones de café robusta adaptados às condições paulistas. O projeto visa impulsionar a produção local de cafés de alta qualidade, destinados à indústria de torrefação, blends para cafés espresso, cápsulas e bebidas “3 em 1”.
Fernando Takayuki Nakayama, pesquisador da Apta Regional de Adamantina, questiona: "Diante desse cenário, por que não produzir robusta em terras paulistas?". Ele explica que os maiores produtores dessa espécie são do Espírito Santo e de Rondônia, mas grande parte dessa produção é enviada para São Paulo para processamento e exportação.
O trabalho conta com a colaboração de cinco agricultores familiares do Oeste Paulista, região com condições ideais para o cultivo do robusta. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) apontam que os grãos robusta representam de 35% a 40% da produção, com tendência de crescimento.
A Apta Regional de Pindamonhangaba consolida estudos sobre a ranicultura no Brasil, destacando o potencial da rã-touro (Lithobates catesbeianus) como uma alternativa promissora para produção de carne. Essa espécie se destaca pelo crescimento rápido, alto número de ovos por desova, facilidade de manejo e carne de alta qualidade nutricional.
Segundo a pesquisadora Adriana Sacioto Marcantonio, a ranicultura nacional avança com inovação e pesquisas estratégicas. "Além da produção comercial, a rã-touro também é utilizada como bioindicadora de poluição ambiental", destaca Adriana.
A unidade de pesquisa conta com um Ranário Experimental aberto à visitação, que promove educação ambiental e recebe escolas para atividades educativas.
A colaboração entre a Apta Regional de Colina e a Polícia Militar de São Paulo impulsiona o policiamento montado e atividades sociais por meio da criação de cavalos. Há mais de 40 anos, a Apta Regional de Colina disponibiliza cavalos da raça Brasileiro de Hipismo (BH) ao Regimento de Polícia Montada “9 de Julho”.
Em abril de 2025, a Apta Regional de Colina entregou 20 novos animais para o Regimento. O projeto tem impacto direto na redução da criminalidade, com estudos indicando que a presença do policiamento montado contribuiu para uma queda de até 80% em indicadores criminais em áreas de patrulhamento.
A Apta Regional de Colina, conhecida como a "capital nacional dos cavalos", tem 90 anos de tradição em pesquisas científicas com equinos.
Ainda na primeira fase da vida dos animais, são aplicadas técnicas de manejo e socialização, que estimulam a docilidade desde cedo. Ao chegarem à sede do Regimento de Polícia Montada, os cavalos passam por um treinamento de aproximadamente seis meses.
Além das ações de segurança pública, os cavalos são utilizados pela Polícia Militar em sessões de equoterapia.
A Apta Regional é considerada o maior hub descentralizado de pesquisa do agronegócio, com soluções tecnológicas aplicadas na agricultura e na pecuária paulista.