Publicado em 11/11/2024 06h40

Sojicultor, aproveite esta oportunidade!

A orientação é vender parte do estoque para assegurar esse ganho.
Por: Leonardo Gottems

De acordo com a TF Agroeconômica, os preços atuais da soja no Brasil, situados em torno de R$ 144/tonelada, oferecem uma margem de lucro de 35,82%, uma das mais altas já registradas para a oleaginosa no país. Frente à incerteza das tendências futuras, a recomendação para produtores é aproveitar essa oportunidade de lucro imediato.

A orientação é vender parte do estoque para assegurar esse ganho, utilizando entre 8% a 10% da receita para investir em contratos futuros na B3. Essa estratégia permite ganhos adicionais com eventuais altas no mercado, mesmo que a TF Agroeconômica se mostre cautelosa quanto à possibilidade de elevação em Chicago.

Quanto aos fundamentos de mercado, a TF Agroeconômica destaca que, apesar de o USDA ter revisado para baixo a safra americana, os estoques globais de soja ainda estão 17,18% acima da última safra, com um acréscimo de 19,32 milhões de toneladas na oferta. Caso Donald Trump retome as sanções contra a China, espera-se uma redução nas exportações americanas, o que impactaria negativamente os preços em Chicago. Além disso, as compras antecipadas de soja pelos chineses aliviam a pressão sobre o mercado brasileiro, mantendo os preços estáveis até que surja nova demanda externa.

Entre os fatores que podem sustentar a alta dos preços, o relatório da TF Agroeconômica menciona a redução do rendimento médio da soja nos EUA, que caiu 2,63%, e o aumento da demanda por óleo de soja, que recentemente atingiu o maior volume semanal de exportações americanas em cinco anos. No Brasil, a escassez de oferta durante a entressafra também está elevando os preços internos, impulsionados pela competição entre indústrias e exportadores.

Já entre os fatores de baixa, está a antecipação das compras chinesas, o que reduz a pressão imediata sobre a soja brasileira. Além disso, a normalização das chuvas no Brasil permitiu o avanço do plantio, e a estimativa da Conab aponta para uma produção de 166,05 milhões de toneladas na safra 2024/25, um aumento de 12,7% em relação ao ano anterior. A oferta combinada da América do Sul também deve crescer, com uma produção de 228,2 milhões de toneladas entre Brasil, Argentina e Paraguai, o que pode pressionar os preços no mercado internacional.

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