O atraso no plantio de soja em Mato Grosso representa um desafio significativo, exigindo dos produtores planejamento cuidadoso e práticas de manejo adequadas. Segundo o boletim do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), o plantio apresenta um atraso de 14,32 pontos percentuais em relação ao mesmo período da safra anterior e de 6,59 pontos na comparação com a média dos últimos cinco anos. A irregularidade das chuvas impediu o cumprimento do calendário da safra 2024/25, resultando em apenas 55,73% dos 12,66 milhões de hectares previstos semeados até meados de outubro, em comparação aos 65% do ano anterior.
Esse início seco da safra cria um ambiente propício à proliferação de pragas e doenças, devido às plantas debilitadas. A orientação de consultorias técnicas é fundamental nesse contexto. A Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) disponibiliza ferramentas para auxiliar na tomada de decisões. A Dra. Lucia Vivan, especialista em entomologia da Fundação, alerta que a seca pode acelerar a colonização da mosca branca, ocasionando danos em estágios iniciais da soja, como fumagina e queda de folhas.
Além disso, a falta de água provoca estresse nas plantas, tornando-as mais vulneráveis ao ataque de nematoides. Segundo a Dra. Tania Santos, especialista em nematologia da Fundação, a falta de conhecimento sobre a infestação pode agravar problemas, especialmente em anos de seca. Diagnosticar precocemente a presença desses parasitas é crucial para adotar estratégias eficazes, como o uso de cultivares resistentes e rotação de culturas. Essas medidas são essenciais para garantir a sustentabilidade da produção agrícola em Mato Grosso diante de condições climáticas adversas.