Publicado em 31/10/2024 07h39

Milho fecha em baixa na B3 e demanda interna cresce

Essa movimentação de mercado indica que o Brasil está em um processo de adaptação.
Por: Leonardo Gottems

A TF Agroeconômica reportou que o mercado de milho brasileiro registrou leve queda nesta quarta-feira na Bolsa de Mercadorias de São Paulo (B3), acompanhando a baixa de 0,60% observada na Bolsa de Chicago. Segundo a análise do Rabobank, espera-se que a produção de milho no Brasil atinja 125 milhões de toneladas na safra 2024/25, representando um crescimento de 2,5% em relação à safra anterior. 

A analista sênior de grãos e oleaginosas, Marcela Marini, projeta uma demanda interna significativa, impulsionada pela ampliação da capacidade de plantas de etanol de milho e pelo aumento na produção de frangos e suínos, que deve elevar o consumo doméstico para 90 milhões de toneladas, frente aos 85 milhões do ciclo anterior.

Para garantir o abastecimento tanto das plantas de etanol quanto do mercado de ração animal, o Rabobank avalia que o mercado deverá ajustar os prêmios para assegurar a concretização desse volume elevado de demanda interna. Contudo, essa alta na demanda doméstica tende a impactar as exportações de milho, que devem sofrer uma nova redução. De acordo com Marini, a expectativa é de que os embarques para o mercado externo totalizem 36 milhões de toneladas na safra 2024/25, um reflexo da prioridade dada ao mercado interno.

No encerramento do dia, os contratos futuros de milho também refletiram o cenário de leve baixa nos preços. O contrato de novembro/24 fechou a R$ 73,20, registrando uma queda de R$ 0,09 no dia, mas uma alta acumulada de R$ 1,57 na semana. Para o vencimento de janeiro/25, houve uma leve alta de R$ 0,01, fechando a R$ 77,01 e um ganho semanal de R$ 2,99. Já o contrato de março/25 terminou o dia a R$ 76,73, com uma baixa de R$ 0,08 no dia e uma alta acumulada de R$ 1,92 na semana.

Essa movimentação de mercado indica que o Brasil está em um processo de adaptação ao aumento da demanda interna, especialmente com a expansão do setor de etanol e a necessidade crescente de ração animal, ao mesmo tempo em que deve ajustar suas exportações para atender essas prioridades domésticas.

Publicidade