De acordo com informações da TF Agroeconômica, o mercado de trigo no Rio Grande do Sul continua enfrentando desafios com a qualidade do produto colhido. A safra antiga, com 80 mil toneladas ainda disponíveis, não atrai mais compradores, e as atenções estão voltadas para a nova safra, cuja colheita foi retomada no último sábado.
No entanto, o trigo colhido entre domingo e segunda-feira apresentou uma queda significativa no FN (Força de Glúten), embora alguns lotes ainda tenham atingido números superiores a FN200. Aproximadamente 35 mil toneladas de trigo de baixa qualidade foram direcionadas para ração, tanto para a indústria quanto para o porto.
Em Santa Catarina, os moinhos continuam observando o progresso da colheita gaúcha, mas mantêm suas compras no Paraná, onde os preços são mais atrativos, especialmente no Sudoeste, com valores em torno de R$ 1.400 FOB. Além disso, muitos moinhos catarinenses têm armazéns no Rio Grande do Sul, aguardando a colheita local. Apesar do abastecimento, os moinhos enfrentam dificuldades nas vendas de farinha, o que tem atrasado o fluxo de compras de grãos. Os preços pagos aos produtores de trigo em Santa Catarina variaram entre R$ 70,00 e R$ 77,00 por saca, dependendo da região.
No Paraná, o mercado de trigo manteve-se ativo e com preços estáveis, mesmo com o avanço da nova colheita. Negócios pontuais foram registrados no início da semana a R$ 1.450 FOB no Norte do estado, mas logo após os moinhos começaram a oferecer R$ 1.400. A chuva no Sul do estado traz preocupações quanto à qualidade da safra, enquanto no Rio Grande do Sul, negócios futuros para novembro já apontam valores de R$ 1.200 FOB.