A alta nos contratos futuros das commodities foi influenciada pela cobertura de posições vendidas - Foto: Leonardo Gottems
O relatório de estoques de grãos do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), divulgado em 30 de setembro, apontou que os estoques de milho, trigo e soja nos EUA em 1º de setembro atingiram o maior nível em quatro anos, conforme esperado pelo mercado. Esses altos estoques levaram os preços futuros das três commodities às mínimas de quatro anos recentemente, mas os preços já se recuperaram parcialmente.
O USDA estimou os estoques de milho em 1,76 bilhão de bushels, 29% acima de 2023, mas abaixo da média esperada de 1,844 bilhão de bushels. Os estoques de trigo foram de 1,986 bilhão de bushels, 12% maiores que o ano anterior e acima da expectativa comercial. Já os estoques de soja ficaram em 342 milhões de bushels, 29% superiores ao ano anterior, mas ainda abaixo da média comercial. Essas revisões refletiram também ajustes na produção de 2023, com reduções para milho e soja.
A alta nos contratos futuros das commodities foi influenciada pela cobertura de posições vendidas por fundos, mas os fundamentos do mercado seguem pressionando. Para o milho, há boa demanda para ração e etanol, mas espera-se uma safra abundante em 2024, o que mantém os estoques elevados. A estimativa de estoques de milho para 2025, que estava em 2,057 bilhões de bushels, pode ser reduzida, mas ainda permanecerá alta.
Para a soja, as estimativas do USDA estão alinhadas com as previsões de setembro, indicando pouca mudança no próximo relatório WASDE. A seca no Brasil pode aumentar as exportações americanas, mas os altos estoques garantem oferta ampla. No trigo, a seca na Rússia, maior exportador, e na Ucrânia tende a sustentar os preços futuros, mesmo com os estoques dos EUA em alta.