Recentemente, a possibilidade de impor uma tarifa sobre as importações de Nitrato de amônio no Brasil ganhou destaque nas discussões do setor. Segundo Jeferson Souza, analista de inteligência de mercado, a dependência brasileira em relação às importações de fertilizantes NPK é alarmante, uma vez que a produção interna de Nitrato de amônio caiu de 216 mil toneladas em 2017 para 156 mil toneladas em 2023. Isso indica um aumento na dependência do mercado externo, o que é preocupante para o agronegócio nacional.
Atualmente, mais de 95% do nitrato de amônio importado pelo Brasil provém da Rússia. As culturas que mais consomem esse fertilizante incluem a cana-de-açúcar, o café e os citros, essenciais para a produção agrícola no país. Em um cenário em que a Câmara de Comércio Exterior (Camex) votará no dia 17 de outubro sobre a implementação de uma tarifa de 15%, as possíveis consequências para o mercado de nitrogenados são significativas.
Caso a tarifa seja aprovada, espera-se que o preço do nitrato de amônio aumente, impactando diretamente os produtores rurais. Com um aumento nos custos, pode haver uma migração para outras fontes de nitrogênio, o que influenciará o preço dos fertilizantes nitrogenados de maneira geral. Embora os efeitos não sejam imediatos, há uma probabilidade considerável de um aumento de preços no médio prazo.
Essa questão é crucial para o setor agrícola. Jeferson Souza pondera se a implementação dessa tarifa realmente fomentará a produção nacional. Embora exista a possibilidade de competitividade interna, a realidade é que os produtores rurais acabarão arcando com os custos dessa medida. A dependência excessiva do mercado externo é preocupante, mas soluções como tarifas podem não ser o caminho ideal para o fortalecimento do setor. A longo prazo, a competitividade do produtor rural brasileiro pode ser comprometida, o que requer uma reflexão mais profunda sobre as políticas a serem adotadas para garantir a sustentabilidade da produção agrícola no Brasil.