De acordo com informações do Instituto Brasileiro de feijão e Pulses (IBRAFE), estamos chegando à metade de outubro e os preços do feijão-carioca ainda estão em torno de R$ 220 a R$ 230. Os produtores têm tentado vender a produção, buscando uma média razoável, mas frequentemente escutamos que há um grande estoque de feijão e que o consumo está em queda. Porém, assim que uma nova onda de compras acontece, o mercado se normaliza, com preços aproximados de US$ 45 por saca de 60 quilos, e essas discussões são rapidamente esquecidas.
Essa situação, embora comum, levanta questões importantes. Com o aumento das áreas irrigadas a cada ano, não tem sido observado um acompanhamento adequado por parte da CONAB ou do IBGE em relação à produção dessas áreas. O Brasil ainda apresenta um déficit anual na produção de feijão-carioca, mas com os preços da soja atingindo novos patamares, é possível que mais produtores retornem a essa atividade. Contudo, o feijão-carioca ainda não possui um mercado internacional consolidado, e se houver um excedente, isso pode se tornar um problema significativo para muitos produtores.
Exportadores estão constantemente se esforçando para encontrar mercados para o feijão-carioca, especialmente quando os preços estão baixos, como é o caso atualmente. O projeto APEX/IBRAFE Brazil Superfoods tem promovido o feijão-carioca como uma das opções da produção brasileira. No entanto, será necessário um empenho maior para desenvolver esse mercado. O momento para iniciar essas ações é agora, antes que enfrentemos uma emergência com produtores incertos sobre como proceder. Embora essa situação não deva ocorrer este ano, a preocupação deve ser mantida desde já, visando garantir um futuro mais estável para o feijão-carioca e seus produtores.