Segundo a TF Agroeconômica, os fundamentos altistas para o trigo indicam uma oportunidade de valorização de preços no médio e longo prazo, principalmente entre fevereiro e julho de 2025. Com base nisso, a recomendação para agricultores, cooperativas e cerealistas é de se prepararem para uma possível elevação de preços.
Caso optem por vender parte da produção antes desse período, sugere-se adquirir contratos futuros para continuar participando das altas previstas, devido às adversidades nas safras de inverno no hemisfério norte e à redução da produção no Brasil. Já para moinhos e exportadores, o alerta é para se anteciparem, aproveitando contratos futuros para garantir custos menores e se manterem competitivos no mercado de farinhas .
Entre os fatores que sustentam essa alta, destacam-se: a menor produção e os estoques reduzidos nos EUA, conforme o USDA revisou sua projeção para 53,65 milhões de toneladas, com estoques finais de 22,09 milhões. Na Europa, a União Europeia diminuiu sua estimativa de exportação de 31,50 para 30 milhões de toneladas, compensada em parte pelas vendas ucranianas, entre 15 e 16 milhões de toneladas. A produção russa também foi ajustada para baixo, com consultorias apontando para uma redução significativa nos rendimentos, principalmente na Sibéria, enquanto o governo russo elevou as tarifas de exportação .
No Brasil, a produção também está abaixo das expectativas. A Stonex e a TF Agroeconômica convergem para uma estimativa de 7,89 milhões de toneladas para a safra 2024/2025, número inferior aos relatórios da Conab e do USDA, o que pode levar a um aumento nas importações e, consequentemente, a preços mais altos. Além disso, os estoques mundiais de trigo estão entre os mais baixos desde 2015/2016, um cenário que, combinado ao crescimento populacional, intensifica a pressão sobre a oferta e sustenta os preços .
Por outro lado, os fatores de baixa incluem a tomada de lucros pelos fundos de investimento e a maior disponibilidade de trigo na Argentina, que conta com estoques iniciais robustos, permitindo exportações significativas. No Brasil, a pressão de colheita momentânea nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná também influencia os preços temporariamente, mas a tendência altista permanece sólida para os próximos meses.