Incêndios florestais em estados brasileiros, como São Paulo e Goiás, causaram prejuízos estimados em mais de R$ 2,5 bilhões, afetando cerca de 390 mil hectares e impactando o agronegócio, especialmente usinas de cana. A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (ORPLANA) apresentou esses dados durante o webinar “Incêndios florestais: prevenção, combate e impactos no agronegócio”, organizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e pela Associação Brasileira do Agronegócio da Região de Ribeirão Preto(ABAG-RP).
“Infelizmente, incêndio é algo imprevisto, sem controle e uma ação indesejada em qualquer atividade agrícola, e que combinados com o clima seco têm causado uma drástica redução na produtividade da cana-de-açúcar. Os produtores de cana ainda estão se organizando para entender os próximos passos, visto que os custos para o replantio e manejo são muito altos. Devido às perdas, a cana só conseguirá rebrotar quando as chuvas chegarem de forma uniforme e volumosa. Neste contexto, estimamos uma quebra na safra de cana-de-açúcar de cerca de 15% em comparação com a safra passada, o que impactará diretamente na oferta mundial de açúcar, o que, por sua vez, afetará os preços do etanol”, disse José Guilherme Nogueira, CEO da ORPLANA.
Entre janeiro e setembro de 2024, São Paulo registrou quase 8 mil focos de incêndios florestais, um aumento de 433% em relação ao ano anterior, afetando 430 mil hectares. O governo paulista criou um gabinete de crise, investiu R$ 8,7 milhões em Unidades de Conservação e mobilizou mais de 20 aeronaves para combater os incêndios. Flavio Okamoto destacou a necessidade de fortalecer a resposta municipal e treinar os órgãos de defesa. O Ministério Público propôs a roçada “cerca a cerca” em estradas, em parceria com o DER e a Artesp.
O evento discutiu os danos, medidas de prevenção e combate a incêndios em São Paulo, além de investigações criminais, com a participação de especialistas e representantes do Corpo de Bombeiros e do Ministério Público.